Ex-assessor revela à Comissão na Câmara, que vereador não respeitava assessoras e tinha comportamento sexual depravado
Jair Viana Publicado em 03/08/2022, às 14h33
Pelo depoimento Heitor Nazaré, ex-assessor de vereador Gabriel Monteiro, o parlamentar não tinha dificuldade para praticar sexo, em seu gabinete e residência, inclusive com menores, na frente de sua equipe.
Nazaré fez a revelação aos membros do Conselho de Ética da Câmara do Rio de Janeiro, que investiga e deve cassar o mandato do vereador.
Segundo o ex-assessor, Gabriel levava mulheres para sua casa, onde a equipe também trabalhava, e na frente de todos pedia para que elas mostrassem os seios.
"Já teve ocasiões que a gente estava editando vídeo durante o expediente, e o Gabriel chega lá com uma garota e começa a transar com a garota na nossa frente, mandava ela alisar ele e coisas do tipo”, disse Nazaré.
O ex-assessor disse que muitas pessoas ficavam constrangidas com o comportamento do vereador.
"Algumas aceitavam tranquilamente, entravam no clima, e outras já ficavam constrangidas e pediam para ele parar, mas ainda assim ele continuava. Ele pedia para ela mostrar o peito pra gente”, acrescentou aos vereadores da Comissão
O teor de depoimentos prestados à Comissão só foram divulgados agora. Os depoimentos de testemunhas de acusação falam de várias práticas criminosas de Gabriel Monteiro.
Outro ex-assessor de Gabriel Monteiro, Vinícus Hayden Witeze, que depois de prestar depoimento morreu em acidente de carro contou que sabia que a jovem que ele filmou durante uma relação sexual com Monteiro era menor de idade.
O ex-assessor também cometeu crime ao saber da idade da menina e não denunciar e por filmar.
Vnícius revelou que a menina chegou a ir para a casa de Gabriel, inclusive usando uniforme da escola.
Gabriel Monteiro virou réu depois que a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público (MPRJ), que acusa o parlamentar pelas práticas de filmagem feita de suas relações sexuais com uma adolescente.
O promotor do caso descreve que o vereador, "de forma livre e consciente, filmou através de telefone celular cena de sexo explícito" com uma adolescente que, na época tinha 15 anos.
Em um trecho da denúncia à 28ª Vara Criminal da Capital, o promotor diz que a vítima conheceu Gabriel numa academia do condomínio onde o vereador mora.
O MP narra que os dois trocaram mensagens e que, em determinado momento, Gabriel Monteiro convidou a adolescente para ir na mansão dele, num condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
Na terça (2), o relator do processo no Conselho de Ética da Câmara, Chico Alencar (PSOL), apresentou o relatório que pede a cassação do vereador por quebra de decoro parlamentar.
O documento cita que os atos praticados por Monteiro "são inquestionavelmente graves" e que o "exercício de mandato público é respeito à dignidade, sobretudo dos mais vulneráveis, e não postura de manipulação, arrogância e mandonismo".
Os vereadores dizem ainda que "ter poder não é abusar dele, nem vestir manto para abrigar desmandos". O vereador Gabriel Monteiro é acusado dos crimes de:
O relatório final levou em conta as denúncias de funcionários e ex-funcionários do gabinete do vereador, que acusavam o parlamentar de assédio moral, sexual e estupro.
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