Mais grave que comparar o Holocausto a qualquer outro genocídio seria perdoar os executores do plano macabro de Adolf Hitler
Jair Viana Publicado em 21/02/2024, às 11h58
Antes que o presidente Lula (PT)fizesse uma referência ao Holocausto numa comparação ao genocídio praticado pelo governo de extrema-direita israelense em Gaza, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em almoço com pastores evangélicos do Brasil e estrangeiros, em março de 2019 já havia "perdoado" a Hitler, responsável pelo extermínio de seis milhões de judeus.
O governo de Israel não gostou do perdão concedido por Bolsonaro, mas não teve nenhuma reação enérgica como no caso de Lula, considerado "persona non grata".
Lula foi declarado "persona non grata" pelo governo de Israeldepois da frase entendida como uma comparação entre o genocídio que Isarel pratica sobre os moradores e refugiados em Gaza e o extermínio dos judeus por Hitler.
No último domingo (18), na Etiópia, o presidente brasileiro pronunciou a frase que renderia manchete em todos os principais veículos do mundo. "O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus", disse. As reações de Israel foram imediatas e virulentas. Lula mantém o que disse.
No discurso que fez durante almoço com pastores brasileiros e estrangeiros, no dia 11 de março de 2019, no Rio de Janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi mais longe e agudo em seu discurso que a frase de Lula. "Nós podemos até perdoar [o Holocausto], mas não podemos esquecer...", disse.
No discurso, Bolsonaro lembrava que esteve no Museu do Holocausto, em Israel. Foi nesse contexto que o ex-mandatário cometeu a gafe de perdoar o Holocausto. A frase completa dita foi: "Fui, mais uma vez, no Museu do Holocausto, nós podemos(sic) perdoar, mas não podemos esquecer. E, é minha essa frase - quem esquece o passado, está condenado a não ter futuro - ", disse, sendo aplaudido pelos pastores.
Na época, Bolsonaro foi criticado por analistas políticos e autoridades israelenses. O presidente Jair Bolsonaro enviou carta à embaixada israelense no Brasil para tentar contornar a controvérsia em torno de declarações feitas em uma reunião com pastores evangélicos naquele dia, no Rio de Janeiro.
Na ocasião, Bolsonaro afirmou que “poderia perdoar, mas não esquecer” o extermínio de 6 milhões de judeus sob o regime nazista alemão, o que gerou reações do presidente de Israel, Reuven Rivlin, e do Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém...
Na época, o presidente Jair Bolsonaro foi criticado pelo presidente israelense, que era Reuven Rivlin, e do Museu do Holocausto em Jerusalém pela fala em que ele concedeu perdão ao Holocausto. Bolsonaro disse: "Poderia perdoar, mas não esquecer". Na carta enviada à embaixada de Israel, Bolsonaro afirma que "o perdão é algo pessoal, nunca num contexto histórico como no caso do Holocausto" e que "qualquer outra interpretação só interessa a quem quer me afastar dos amigos judeus".
"Ao povo de Israel: deixei escrito no livro de visitantes do Memorial do Holocausto em Jerusalém: ' Aquele que esquece seu passado está condenado a não ter futuro'. Portanto, qualquer outra interpretação só interessa a quem quer me afastar dos amigos judeus. Já o perdão, é algo pessoal, nunca num contexto histórico como no caso do Holocausto, onde milhões de inocentes foram mortos num cruel genocídio", explicou o ex-presidente", disse, tentando se desculpar.
O Diário tentou contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua assesoria. Eles não foram localizados. Caso eles se manifestem, o texto será atualizado.
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