A assessoria da presidência considerou o acordo "inaceitável"
Nathalia Jesus Publicado em 22/06/2023, às 08h41
O Brasil se posicionou contra o acordo proposto pela União Europeia. O assessor especial da presidência da República, Celso Amorim, classificou como "neocolonial" a proposta de tratativa entre a UE e o Mercosul.
O tema está nos centros das discussões da viagem de Lula à Roma e será um dos principais temas na conversa com o presidente da França. Emmanuel Macron, nesta quinta-feira (22).
Negociado há mais de 20 anos, o acordo chegou a ser comemorado em 2019 pelo governo Bolsonaro. No entanto, ele nunca foi implantado, principalmente por conta da resistência dos países europeus por conta das políticas ambientais do ex-presidente.
Depois da posse de Lula, a intensão era de que o projeto avançasse. Porém, em uma carta adicional apresentada em abril, os europeus imporam condições. A principal delas: o Brasil teria de cumprir as metas do Acordo de Paris e até ir além de seus compromissos multilaterais. Caso contrário, sofreria uma suspensão da isenção de tarifas.
Em uma entrevista coletiva, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou claro, mais uma vez, que a condição dos europeus para as questões climáticas e agrícolas "não está em conformidade " com os interesses do Brasil e insistiu que o foco da econômia é recuperar a "capacidade de insutrialização".
Segundo ele, a proporção do PIB no setor industrial é de apenas 10%. "Isso significa que o Brasil se desindustrializou", constatou.
"A carta é inaceitável", disse o brasileiro, numa referência aos critérios ambientais que os europeus sugerem. Para ele, a proposta coloca punição a qualquer um que não cumpra o Acordo de Paris. Mas alertou: "Nem eles cumpriram".
"Um acordo deste precisa ser baseado na confiança, e não na desconfiança", insistiu Amorim. Ele admite que o Brasil pode assumir compromissos e que, em quatro anos, o processo poderia ser revisto. "Mas aceitar que você pode aceitar sanções é como se uma pessoa que cometa um ilícito aceite a pena de morte. Isso não existe", afirmou. "A carta foi muito infeliz", completou.
No entanto, segundo informações do UOL, a questão agrícola não seria o único problema. Segundo ele, uma das questões é o capítulo sobre licitações públicas, avaliadas em mais de US$ 150 bilhões no Brasil a cada ano. Pelo pacto, esse mercado estaria aberto para as empresas europeias, ameaçando a capacidade de concorrência das indústrias nacionais.
O Brasil, agora, quer rever essas condições. "É muito bom ter um acordo com a União Europeia, até para ajudar no equilíbrio mundial e para o nosso equilíbrio. Não queremos só China e EUA. Mas não pode ser uma relação neocolonial", disse.
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