Relatada pelo senador Flávio Bolsonaro, a PEC visa regularizar a posse de terrenos localizados em áreas costeiras
Vitória Tedeschi Publicado em 28/05/2024, às 12h43
Na última segunda-feira (27), a proposta de emenda à Constituição (PEC) em tramitação no Senado voltou a gerar polêmica ao sugerir a privatização de praias no Brasil.
De acordo com matéria do Metrópoles, relatada pelo senador Flávio Bolsonaro, a PEC visa regularizar a posse de terrenos localizados em áreas costeiras e margens de rios navegáveis, que hoje pertencem ao governo federal.
Na prática, a ideia é transferir transferência de terrenos de Marinha, atualmente controlados pela União, para estados, municípios e proprietários privados.
Vale citar que ambientalistas e urbanistas expressam grande preocupação com a possibilidade de privatização de praias e áreas costeiras, alertando para os riscos à preservação ambiental e ao acesso público. Terrenos de Marinha são áreas de alta relevância ecológica, abrigando ecossistemas frágeis. A privatização pode levar a construções desordenadas e exploração imobiliária, prejudicando a biodiversidade e o equilíbrio ambiental.
Por outro lado, os defensores da PEC argumentam que a transferência de posse regularizará a situação de muitas propriedades que enfrentam insegurança jurídica. Muitos proprietários de imóveis nessas áreas pagam taxas anuais ao governo, mas não possuem a escritura definitiva. A PEC facilitaria a obtenção das escrituras, proporcionando segurança jurídica e potencialmente aumentando a arrecadação municipal através de impostos e taxas.
Com a proposta avançando no Senado, o debate promete ser acirrado. O senador Flávio Bolsonaro destaca que a medida beneficiaria milhares de famílias e incentivaria o desenvolvimento urbano e econômico das regiões costeiras. No entanto, opositores pedem maior discussão sobre os impactos ambientais e sociais, sugerindo alternativas para a regularização sem privatização.
A PEC ainda passará por comissões no Senado antes de ser votada em plenário. Se aprovada, pode redefinir o uso e posse de áreas costeiras no Brasil, marcando uma mudança significativa na gestão dos terrenos de Marinha. A sociedade civil, especialistas e legisladores continuam debatendo os prós e contras, buscando um equilíbrio entre desenvolvimento urbano, segurança jurídica e preservação ambiental.
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