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Lula anuncia o 38º ministério e oposição reage: "migalhas"

Ministério da Pequena e Média Empresa, das Cooperativas e dos Empreendedores Individuais foi anunciado na terça-feira (29)

Luiz Inácio Lula da Silva. - Imagem: Divulgação / Ricardo Stuckert
Luiz Inácio Lula da Silva. - Imagem: Divulgação / Ricardo Stuckert

Marina Roveda Publicado em 30/08/2023, às 08h30


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a criação do Ministério da Pequena e Média Empresa, das Cooperativas e dos Empreendedores Individuais, tornando-o o 38º ministério em sua estrutura governamental. O anúncio ocorreu durante sua transmissão semanal, o programa 'Conversa com o Presidente', transmitido nas redes sociais do governo.

Essa decisão faz parte dos esforços de Lula para abrir espaço na Esplanada dos Ministérios a fim de acomodar novos aliados dos partidos do Centrão, incluindo o PP e o Republicanos, ao mesmo tempo em que busca manter acomodados os aliados de longa data. 

Lula não forneceu detalhes adicionais sobre quem será o ministro desse novo ministério. Pode haver a possibilidade de um aliado da esquerda assumir o cargo após a reforma ministerial ou mesmo um parlamentar do Centrão ser indicado. Até o momento, existe um acordo em andamento para Lula nomear os deputados Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e André Fufuca (PP-MA) em duas pastas diferentes. Além disso, Margarete Coelho (PP) está prevista para assumir a presidência da Caixa Econômica Federal como parte desse pacote de reforma ministerial, em troca de uma base sólida no Congresso. Além disso, o Ministério do DesenvolvimentoSocial pode ser transferido para o PP, deixando o programa Bolsa Família sob a responsabilidade do PT.

Oposição

A oposição destacou que o Brasil agora tem 38 ministérios, uma das maiores Esplanadas ministeriais da história, apenas menor do que a do governo da ex-presidente Dilma Rousseff, que chegou a ter 39 ministérios em 2015.

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL), criticou o que ele considerou uma troca de cargos por apoio no Legislativo e descreveu a forma como o PT está trabalhando na construção de maioria como "espúria e anti-republicana". O deputado Maurício Marcon (Podemos), vice-líder da oposição na Câmara, também repudiou a criação do novo ministério, alegando que isso resultará em mais gastos desnecessários e acusou partidos de oposição de aceitarem essas "migalhas" para fazer parte do governo.

Serão mais cargos, e mais gastos desnecessários, tudo isso para comprar apoio de parlamentares. É triste ver partidos que se diziam de oposição aceitarem essas migalhas para fazer parte do governo

O deputado federal Aécio Neves (PSDB) classificou o novo ministério como "absolutamente desnecessário" e argumentou que o setor já é cuidado pelo Sebrae e por uma secretaria do Ministério da Indústria e Comércio.

Lula, por sua vez, justificou a criação do ministério dizendo que atende ao desejo da população de empreender e que é necessário criar condições para que as pessoas possam participar do mercado como empreendedores individuais ou coletivos. A intenção do governo é entregar a nova pasta ao Progressistas, representado pelo deputado federal André Fufuca (PP), e entregar o Ministério de Portos e Aeroportos ao Republicanos, representado pelo deputado Silvio Costa Filho (Republicanos). Além disso, outras repartições também devem ser entregues a esses partidos, como a Caixa Econômica Federal ao Progressistas e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) ao Republicanos.

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