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G20: Lula fala sobre os desafios do Brasil no comando do grupo

O mandato terá início em dezembro de 2023, com duração de um ano

O Brasil irá enfrentar o comando do G20 a partir de dezembro de 2023. - Imagem: reprodução I Instagram @lulaoficial
O Brasil irá enfrentar o comando do G20 a partir de dezembro de 2023. - Imagem: reprodução I Instagram @lulaoficial

Juliane Moreti Publicado em 12/09/2023, às 14h59


Nesta segunda-feira (11), antes de embarcar de volta para o Brasil, o presidente Lula concedeu uma entrevista em Nova Delhi, na Índia, comemorou as negociações e falou sobre os novos desafios no comando do grupo. 

Neste último domingo (10), durante a 18ª Cúpula de Chefes de Governo e Estado do G20, Lula recebeu de Narendra Modi, ministro da Índia, o martelo que representa a presidência temporária do grupo, que terá início em dezembro de 2023, de acordo com informações do portal do governo

''Nós queremos utilizar várias cidades brasileiras para que a gente faça o maior número de eventos possíveis do G20, tentar fazer um G20 mais poupular. Ou seja, a socidedade se manifestar (...) mostrar um pouco do retrato de um G20 mais participativo'', disse.

Destacando também que o ''Brasil tem condições de sediar um evento desse'', o presidente comentou que os temas centrais nas discussões serão: combate à fome e à desigualdade, o incentivo à transição energética, ao desenvolvimento sustentável e a busca por uma mudança nos sistemas de governança internacional. 

Desafios: transição energética 

Lula reforçou que, na temática sobre transição energética, o mundo precisa ser ''menos despoluído'' e acredita que o Brasil, nesse quesito, tem experiência e pode ensinar mais sobre esse assunto aos demais países.

''Vamos colocar na ordem do dia a questão da transição energética. O Brasil tem um potencial extraordinário na produção de energia limpa. Hoje, já temos, praticamente, da nossa energia elétrica, quase 90% totalmente limpa'', começou.

''E, no conjunto de energia, temos 50% contra 51% do restante do mundo. Então, nessa questão de combustível e energia limpa, o Brasil tem muito a ensinar aos outros países e, por isso, queremos compartilhar aquilo que somos capazes de produzir'', completou. 

Desafios: reforma internacional 

O presidente comentou que um outro desafio é a reforma das instituições internacionais, criadas logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, necessitando, para Lula, de uma modernização, por exemplo, para acompanhar o desenvolvimento. 

''Outra coisa importante que vamos discutir é a questão da reforma das intituições multilaterais. O Banco Mundial precisa de mudança, é preciso que os países em desenvolviemnto possam dirigir o banco'', disse.

''O FMI, desde a primeira reunião, a gente tenta propor mudanças e as mudanças são pequenas e não andam. E vamos também querer discutir a questão dos membros permanentes no Conselho de Segurança da ONU. É preciso mudar a geografia que está colocada lá, que é de 1945, e colocar uma geografia de 2024, ano que vai se dar a discussão no Brasil'', destacou. 

Desafios: guerras 

O presidente comemorou que, ao final da cúpula, um documento que encontra a paz como uma das vias para resolver o conflito entre a Rússia e a Ucrânia foi aprovado por todo o grupo, inclusive a União Europeia.

''Parece pouco, mas os países do G20 terem assinado um documento de que a melhor forma para encontrar uma solução para o conflito entre a Rússia e a Ucrânia é tentar trabalhar pela paz'', comentou, ao frisar que ''todo mundo está pegando consciência de que essa guerra já está cansando a humanidade''.

''Portanto, você fazer com que toda a União Europeia assine um documento colocando a questão da paz na ordem do dia é um avanço importante'', apontou Lula. 

Desafios: Mercosul e União Europeia

Durante a cúpula, o presidente se encontrou com outros líderes mundiais para dar andamento para a finalização do breve acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, que está em negociação há mais de 20 anos. ''Nós queremos e nós precisamos'', comentou Lula

O assunto ainda envolve diversas séries de sanções econômicas relacionadas também a metas ambientais, compras governamentais para participação estrangeiras e outros, na exigência de que o acordo seja ''via de duas mãos''. 

''Nós queremos ser tratados em igualdade de condições. Acordo comercial é uma via de duas mãos. Eu compro e eu vendo. Eu valorizo o meu e ele valoriza o dele. Nós temos que chegar a um ponto de equilíbro'', disse. 

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