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Em live de despedida, Bolsonaro chora e se desculpa por não atender a golpistas; assista

A transmissão foi feita na tarde desta sexta-feira (30)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se emocionou na última live de seu mandato - Imagem: reprodução/YouTube
O presidente Jair Bolsonaro (PL) se emocionou na última live de seu mandato - Imagem: reprodução/YouTube

Mateus Omena Publicado em 30/12/2022, às 13h45


O presidente Jair Bolsonaro (PL) surpreendeu seus apoiadores ao fazer sua primeira live desde a sua derrota nas eleições de 2022. Na transmissão, o atual chefe do executivo repudiou o ato terrorista no aeroporto de Brasília e chorou ao pedir calma à população.

No vídeo feito nesta sexta-feira (30), Bolsonaro afirmou que aceitou o resultado das urnas eletrônicas, que confirmaram a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa. “O mundo não acaba no dia 1º de janeiro”, disse o presidente, como forma de tranquilizar seus apoiadores.

Segundo ele, não houve justiça nas eleições, pois "a esperança de vitória era palpável".

"Fomos massacrados no horário eleitoral, acusações absurdas", disparou, em seguida criticou a Justiça Eleitoral, que não teria aceitado as reclamações formalizadas por sua campanha.

"Mas a Justiça Eleitoral não foi imparcial, foi parcial. Aí vimos o resultado: se você duvidar da urna, você está passível a responder processo. Tudo bem, não vamos duvidar da urna aqui. Nosso partido entrou com petição e veio o TSE e deu multa de R$ 22 milhões".

Por outro lado, Bolsonaro declarou também que as manifestações organizadas por seus eleitores na frente de quartéis desde o fim do 2º turno são consideradas legítimas. Os atos exigem um golpe de estado por parte das Forças Armadas, para impedir a posse de Lula.

“Qualquer medida de força tem reação. Precisa ter diálogo. Isso tudo trouxe uma massa de pessoas para as ruas, protestando, desde o dia seguinte às eleições", justificou. "E essa massa atrás de segurança foi para os quartéis. Eu não participei, me recolhi e acho que fiz a coisa certa para não tumultuar mais ainda".

"Não tinha liderança, ninguém coordenando. O protesto pacífico, ordeiro, seguindo a lei, tem de ser respeitado, contra ou a favor de quem quer que seja".

Atos terroristas

Em seguida, o político também condenou o ato terrorista que aconteceu na última semana, em Brasília, quando um de seus apoiadores tentou explodir uma bomba próximo ao aeroporto da cidade.

"Nada justifica essa tentativa de um ato terrorista aqui na região do aeroporto de Brasília. Nada justifica um elemento, que foi pego, graças a Deus, com ideias que não coadunam com nenhum cidadão".

Apesar do discurso contra a violência, Bolsonaro não concordou em associar o suspeito aos seus apoiadores.

Reação inesperada

Bolsonaro também se colocou como defensor da democracia e alegou que nunca desrespeitou a Constituição Nacional. E durante sua fala, o presidente se emocionou e soltou lágrimas.

"Não tem tudo ou nada", afirmou. "Somos diferentes do outro lado, respeitamos a Constituição.
E acrescentou: "Nada está perdido. O Brasil não vai se acabar no dia 1º de janeiro. Voltará mais conservador, mais independente do poder Executivo".

Ao atacar Lula, Bolsonaro declarou que o petista cometeu graves falhas na escolha de ministros e organização de governo. Segundo ele, muitos eleitores do petista estariam “arrependidos”.

"Comparem os meus ministros com os de governos anteriores", disse. "Comparem com os indicados do nosso opositor".

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