Diário de São Paulo
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Coluna - De Olho No Poder

A decretação de prisões no escândalo da Abin vai depender do comportamento dos acusados

À margem do momento crítico de Bolsonaro e seus herdeiros, o presidente Lula deve agir rápido e evitar a importação do problema deles

Live da familia Bolsonaro em Angras dos Reis, horas antes do vereador Carlos Bolsonaro virar alvo da Policia Federal - Imagem: reprodução redes sociais
Live da familia Bolsonaro em Angras dos Reis, horas antes do vereador Carlos Bolsonaro virar alvo da Policia Federal - Imagem: reprodução redes sociais

Jair Viana Publicado em 30/01/2024, às 14h30


RETIFICANDO - Na coluna anterior (na última nota – ASSÉDIO), ao falar dos casos de assédio moral e sexual registrados no Ministério Público de São Paulo, e confirmados pelo procurador geral de justiça – o chefe do órgão, Mário Luiz Sarrubo, a coluna, ao final da nota grafou a expressão festa, quando na verdade queria dizer administração. A confusão se deu em razão de um outro assunto que entraria no lugar da referida nota, finalizando com a palavra festa. Pela falha, a coluna pede desculpa, e observa que jamais tentou atribuir ao procurador qualquer comportamento no sentido que a palavra deu à nota.

GESTAPO - Jair Bolsonaro, naquela fatídica reunião ministerial de abril de 2021 deixou claro que interferiria, sim, nos ministérios, nos órgãos de informação. Ele reclamou que não conseguiu informações pelos meios oficiais e eu precisou criar um serviço de inteligência particular. A Abin estava para Bolsonaro o que a Gestapo estava para Hitler. Fazia um trabalho secreto e particular para monitorar e grampear ilegalmente quem se colocasse contra seu desgoverno.

ÍNTIMOS - Carlos Bolsonaro, o filho 02 do ex-presidente esteve às voltas com a Polícia Federal que amanheceu na sua porta pata buscar o notebook da Abin que ele mantinha em casa para controlar as investigações envolvendo a dinastia. Ele sempre foi íntimo de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, que lhe entregou o notebook da agência de inteligência.

REAÇÃO - Bolsonaro ainda se sente presidente da República. Durante a operação realizada pela Polícia Federal na casa do filho 02, ele ficou irritado, muito bravo. Mandou, não pediu, que o presidente de seu partido, Valdemar da Costa Neto desse um pito na PF e no ministro relator dos processos que envolve a sua família. O ex-presidente precisa baixar a bola e ficar pianinho, pois o ministro Alexandre de Moraes já deixou claro que não teme os Bolsonaro.

FUGA - Os gritos histéricos de Bolsonaro não combinam com a fuga espetacular dele e seus filhos na manhã desta segunda-feira, 29. Quando souberam que os agentes federais estavam no encalço deles, simplesmente fugiram de barco. Interlocutores da PF deixaram vazar que a decretação de prisões no escândalo da Abin vai depender do comportamento dos acusados a partir de agora.

IMPORTAR - À margem do momento crítico de Bolsonaro e seus herdeiros, o presidente Lula deve agir rápido e evitar a importação do problema deles para o quintal do Palácio do Planalto. O governo já demorou para tomar atitudes necessárias.

QUE DIFERENÇA? - Os arroubos do deputado federal Eduardo Bolsonaro, irmão do vereador Carlos Bolsonaro, suspeito de envolvimento profundo no escândalo da Abin, em nada ajuda. Dizer que a ação é “ilegal” e “imoral” faz parte de um joguinho que todos já conhecem.

TÁTICA - Os Bolsonaro têm por hábito intimidar a quer que aponte o dedo na direção deles. No poder, Jair Bolsonaro insultou autoridades, desrespeitou ministros da Suprema Corte e chegou a dizer que não cumpriria ordens judiciais. A tática da família. Ao fazer o escândalo com a presença da PF, é para manter a bolha em sua defesa. Ele grita, gesticula, mas ao final acaba baixando a bola e cumprindo a ordem do ministro Alexandre.

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