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Crime

PF faz megaoperação contra tráfico; sistema de bagagens de aeroporto era usado pelos traficantes

Policiais continuam buscando acusados com prisão decretada

Pelo menos 18 pessoas que são alvo de prisão trabalham no aeroporto - Imagem: Freepik
Pelo menos 18 pessoas que são alvo de prisão trabalham no aeroporto - Imagem: Freepik

Jair Viana Publicado em 19/07/2022, às 21h00


Uma megaoperação da Polícia Federalde combate ao tráfico internacional de drogas, envolve que trabalham no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

Os policiais cumprem 23 mandados de prisão preventiva decretados, além de 24 mandados de busca e apreensão. Pelo menos 18 pessoas que são alvo de prisão trabalham no aeroporto.

Os policiais cumprem os mandados na capital paulista, em Sorocaba, Praia Grande, Guarulhos e também em Portugal. Até o início desta tarde, a PF já havia efetuado a prisão de 15 pessoas. São todos funcionárias do aeroporto.

A concessionária GRU Airport, que administra o Aeroporto de Guarulhos, e a empresa informou que "a operação desta terça-feira, 19, está sendo inteiramente conduzida pelas autoridades competentes".

Também são alvo da operação os dois principais traficantes de drogas da facção paulista, o PCC, que aliciavam os funcionários e chefiavam o envio de cocaína do Brasil para a Europa por meio do terminal.

Para a PF um dos traficantes está em Portugal e foi solicitada a inclusão do nome dele na lista da difusão vermelha da Interpol, a polícia internacional.

Os dois principais alvos são traficantes ligados à facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) e eram monitorados pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da PF, com sede na Lapa.

A Justiça ainda determinou buscas em 24 endereços e o bloqueio de R$ 53 milhões em bens dos envolvidos, como dinheiro em conta, imóveis, veículos e aplicações financeiras, etc.

FRAUDE

Segundo a investigação, os funcionários investigados atuavam na área de pista do aeroporto e com os carrinhos que dão acesso à aeronave. Eles colocavam as malas com as drogas direto no porão do avião, escapando da fiscalização e do raio-X da polícia.

O delegado Fabrizio Galli, chefe da Delegacia de Repressão de Entorpecentes (DRE) da PF em SP, detalhou como os criminosos atuavam dentro do aeroporto.

"Entrava às vezes pelo check-in, entravam pela área restrita, por alambrados que eram cortados por tratores que eram passados em locais que normalmente não devem passar, toda a área restrita ali do aeroporto. A gente identificou várias tentativas de embarque de drogas neste período curto de investigação uma grande quantidade de funcionários que passaram pela colocação, pela tentativa de cooptação", disse Galli.

"Já foram feitas diversas operações no aeroporto de Guarulhos. A Polícia Federal vem nos últimos anos intensificando as operações e o que a gente repara que vem crescendo e a quantidade de droga que está sendo exportada em cada um desses eventos. Anteriormente a gente encontrava muita droga com passageiro. Mas hoje em dia a gente observa que a droga está sendo exportado no meio da carga, então as quantidades são muito maiores do que era anteriormente", completou.

Durante a investigação, que durou um ano e dois meses, foram apreendidos 880 kg de cocaína em nove operações. Três no aeroporto de Guarulhos, duas em Lisboa (Portugal), uma em Frankfurt (Alemanha) e três em Amsterdam (Holanda), com prisões efetuadas em Frankfurt e Lisboa.

De acordo com a PF, os investigados serão indiciados pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico, com penas previstas que variam de 10 a 25 anos de prisão.

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