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Lamentável

Pai luta para criar filho de 1 ano, após esposa morrer de Covid: “Quando olho para ele, vejo ela”

Nádia Guerra morreu pela doença após uma cesariana para dar à luz seu filho

Metehan Çakmak voltou á Turquia com o filho Efraim, de 1 ano e 10 meses - Imagem: reprodução/TV Globo
Metehan Çakmak voltou á Turquia com o filho Efraim, de 1 ano e 10 meses - Imagem: reprodução/TV Globo

Mateus Omena Publicado em 05/01/2023, às 14h54


Um pai enfrenta o desafio de criar o filho, de 1 ano e 10 meses, sozinho, após perder a esposa, uma das inúmeras vítimas da Covid-19 no Brasil.

Efraim nasceu em Palmas (TO), durante o pico da pandemia, quando os índices de infecções e mortes na região, assim como em vários locais do pais, chegaram a um nível assustador.

Sua mãe, a influenciadora Nádia Guerra, de 37 anos, contraiu o coronavírus e morreu logo após uma cesariana durante o parto. O pequeno agora é criado pelo pai, Metehan Çakmak.

O menino faz parte da trágica estatística dos órfãos da Covid. Um estudo realizado pela Fiocruz, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), aponta que 40.830 crianças e adolescentes perderam a mãe ou pai nos dois primeiros anos da pandemia no Brasil.

Em entrevista à TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo, Metehan Çakmak afirmou que o momento da perda da esposa foi extremamente doloroso, tanto que teve que enfrentar sozinho as dificuldades para cuidar do filho.

“Eu tive que lidar com a perda da minha esposa, que era tudo para mim, e ao mesmo tempo me manter firme para criar o Efraim. Eu estava sozinho, era fora do meu país de origem e tendo que lidar com um luto que me dilacerava”.

Nádia Guerra era cadeirante e atuava como digital influencer. Ela conheceu Metehan pelas redes sociais. Ela fazia sucesso na internet e era muito conhecida em Palmas, onde morava também com sua outra filha, que assim como o irmão pequeno, ficou órfã.

Após a tragédia, Metehan, que é natural da Turquia, decidiu voltar ao seu país de origem para criar Efraim perto de sua família.

“Quando eu olho para ele, eu vejo ela. Quando abraço, vejo ela, quando eu beijo, vejo ela. Tem muita coisa que eu quero que ela veja também. Mas eu sei que ela está vendo”.

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