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DNA em copo de café ajuda polícia americana a prender assassino 46 anos após o crime

Tecnologia avançada possibilitou identificação de material genético do suspeito

David Sinopoli, suspeito pelo assassinato de Lindy Sue Biechler, em 1975 - Imagem: Divulgação/Lancaster County District Attorney's Office
David Sinopoli, suspeito pelo assassinato de Lindy Sue Biechler, em 1975 - Imagem: Divulgação/Lancaster County District Attorney's Office

Mateus Omena Publicado em 23/07/2022, às 11h54


A Polícia da Pensilvânia (EUA) conseguiu solucionar um crime de 46 anos pela análise de um material genético encontrado em um copo de café.

A descoberta levou à prisão de David Sinopoli pelo assassinato de Lindy Sue Biechler, morta em 5 de dezembro de 1975, aos 19 anos.

Heather Adams, promotora do condado de Lancaster e uma das responsáveis pelo caso, explicou como a identificação ocorreu:

"Este caso foi resolvido com o uso de DNA e especificamente a genealogia do DNA e, honestamente, sem isso, não sei se o teríamos solucionado".

Lindy Biechler foi encontrada morta pelos tios em seu apartamento. Ele apresentava uma faca encravada no pescoço. As investigações revelaram que a garota fora esfaqueada 19 vezes.

Caso desafiador

Na época, a polícia havia coletado evidências que continham o DNA do assassino. No entanto, naquele período, testes genéticos não eram considerados confiáveis para serem usados em casos criminais.

Apenas em 1997, os investigadores conseguiram testar a roupa íntima usada por Lindy no momento do assassinato. A análise laboratorial revelou o perfil genético de um homem, além de vestígios de sêmen no corpo da vítima.

No entanto, o DNA detectado não condizia com o de nenhuma pessoa cadastrada no banco de dados genéticos utilizado pela polícia. Mais de 20 anos depois, as autoridades enviaram as evidências para o Parabon NanoLabs, em 2019. Finalmente, testes mais modernos e eficientes apontaram características físicas do suspeito, incluindo tom de pele, cor dos olhos e cor do cabelo.

A tecnologia usada na análise também permitiu que a genealogia do criminoso fosse avaliada, revelando que ele provavelmente tinha ascendência ligada a Gasperina, uma cidade na região da Calábria, no sul da Itália.

Mais tarde, uma pesquisa aprofundada da história da região apontou que, em 1975, cerca de 2.300 pessoas de ascendência italiana viviam na área. Ao pesquisarem nos registros de tribunais e arquivos da imprensa local, a políciachegou ao nome de um homem que morava no prédio de Lindy Biechler, David Sinopoli.

De acordo com a promotora Heather Adams, o homem nunca tinha sido incluído entre os suspeitos, mas todas as suas informações e características convergiam com as evidências.

“A realidade é que David Sinopoli não estava no nosso radar.Nenhuma das dicas ao longo dos anos o sugeriu como um possível suspeito”.

Por outro lado, a pista que mais contribuiu para a conclusão do caso foi o copo de café.

Como ainda havia a necessidade de provas concretas para acusar Sinopoli formalmente, os policiais seguiram e vigiaram o suspeito por muitos dias, até que, antes de embarcar em um voo no Aeroporto Internacional da Filadélfia, ele bebeu um café e jogou o copo no lixo.

Então, as autoridades conseguiram coletar a evidência que precisavam, porque graças ao DNA presente no copo que a polícia pôde ligar Sinopoli ao material genético encontrado no corpo da vítima, assassinada em 1975.

“Lindy Sue Biechler tinha 19 anos quando sua vida foi brutalmente tirada há 46 anos na santidade de sua própria casa”, disse Adams. “Esta prisão marca o início do processo criminal no caso de homicídio arquivado mais antigo do condado de Lancaster e esperamos que traga algum alívio aos entes queridos da vítima e aos membros da comunidade que, nos últimos 46 anos, não tiveram respostas.”

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