O acusado, de 63 anos, foi afastado do trabalho em junho, mas deve retornar nesta sexta-feira
Vitória Tedeschi Publicado em 25/11/2022, às 15h51
Um zelador, de 63 anos, do Colégio Estadual Senador Alberto Pasqualini, em Novo Hambugo, foi indiciado por assédio sexual a uma aluna de 13 anos. O acusado nega o crime e se diz vítima de perseguição.
Olha que guria gostosa. Tu não tem corpo para a tua idade. Tu é linda demais".
São as importunações que a estudante da oitava série afirma ter sido vítima quando estava nas escadas entre os corredores da escola, na tarde de 30 de junho.
Ela conta que revelou o ocorrido a outro funcionário, que orientou que ela denunciasse o ocorrido à direção da escola.
A mãe da adolescente, uma comerciante de 31 anos, conta que o assédio na escola fez a estudante remoer traumas da infância e não querer mais ir à aula.
Minha filha sofreu estupro quando tinha seis anos, praticado por um primo. Isso deixou sequelas emocionais graves. Não gosta de abraço, de contato físico. Depois disso que aconteceu na escola, piorou. Agora, não quer mais ir à aula, se machuca, se corta e chegou a quebrar a mão para não ir à escola", contou a mãe.
Como se não bastasse, segundo a mãe, a situação toda piorou quando uma professora, que é amiga do zelador, começou a perseguir a menina e defender o acusado.
"É amiga desse monitor. Fala que ele vai perder o emprego e culpa minha filha. Argumenta que ele tem filhas e que se separou por causa disso. Tentou justificar a atitude dele, dizendo que fez isso porque estava sobrecarregado do trabalho", afirmou.
Ela ainda complementa que as intimidações se intensificaram nas últimas semanas, próximo ao retorno do funcionário: "Se o ônibus atrasa, todos entram, menos minha filha. Se a vê indo ao banheiro, diz que está indevidamente no pátio e manda para a secretaria. Qualquer coisa é motivo de advertência", desabafa.
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