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Mortes por policiais voltam a crescer em SP e números acendem alerta

Os dados sobre policiais mortos se mantiveram os mesmos

Mortes por policiais voltam a aumentar em SP e números acendem alerta - Imagem: reprodução
Mortes por policiais voltam a aumentar em SP e números acendem alerta - Imagem: reprodução

Nathalia Jesus Publicado em 05/07/2023, às 08h48


Durante o mês de maio, o número de pessoas mortas por policiais voltou a aumentar no estado de São Paulo, passando de 34 para 38 na comparação com o mesmo mês do ano passado.

De acordo com as informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e compiladas pelo UOL, 32 pessoas foram mortas por policiais militares em serviço, o que representa 78% a mais que em maio de 2022.

Ainda em maio, três pessoas foram mortas por policiais militares de folga, uma redução de 75%, e outras três foram vítimas de policiais civis em serviço, duas a mais em relação ao mesmo período de 2022.

No acumulado de todo o ano, foram contabilizadas 189 pessoas mortas por policiais, um aumento de 9,25% em comparação com o mesmo período do ano passado. Quando levado em conta somente o critério de mortes em confronto com PMs em serviço, o aumento é de 20%, de 108 para 130.

Os dados da SSP mostram ainda que os números totais de policiais mortos somam 15, incluindo civis e militares, em folga ou em serviço, mesmo número de janeiro a maio do ano passado. Considerando apenas o mês de maio, este ano foram seis policiais mortos e um no ano passado.

O que diz a Secretaria de Segurança Pública?

A SSP disse que as mortes decorrentes de intervenção policial não devem ser juntadas ou equiparadas as ocorrências em serviço e em folga, porque são dinâmicas diferentes. "Policiais em serviço estão atuando para proteger a população, já os que estão em folga são, na maior parte dos casos, surpreendidos pelos criminosos, em seu momento de lazer", diz nota do órgão.

Segundo a secretaria, todo bimestre uma comissão da letalidade se reúne para avaliar os dados, formada por representantes da SSP, Ministério Público, Defensoria Pública, Instituto Sou da Paz, Núcleo de Estudos da Violência da USP e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

"Todos os casos são investigados pelas polícias, encaminhados ao Ministério Público e julgados pela Justiça. Em ambas as situações, os policiais são apoiados e passam pelo Programa de Acompanhamento e Apoio ao Policial Militar (PAAPM). Há ainda uma análise da Comissão de Mitigação de Riscos, programa institucional voltado à identificação de não conformidades técnico-operacionais", informou a secretaria.

A secretaria argumenta ainda que a principal causa das mortes decorre da ação dos suspeitos no momento das prisões. "Nos primeiros cinco meses, as forças policiais prenderam 79.846 criminosos, sendo que 189 foram mortos em confrontos durante essas prisões. Tais dados indicam que o uso da força letal foi necessário uma vez em cada 422 prisões ou apreensões de infratores, demonstrando que a principal causa da morte não é a atuação polícia, mas, sim, a opção pelo confronto por parte do infrator".

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