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Moradores de Moema protestam pela morte de idosa em enchente

Após a tragédia, a prefeitura de SP estuda medidas para derrubar um muro que agravou alagamento no local

Moradores de Moema protestam pela morte de idosa em enchente - Imagem: reprodução Estadão
Moradores de Moema protestam pela morte de idosa em enchente - Imagem: reprodução Estadão

Vitória Tedeschi Publicado em 13/03/2023, às 10h29


Na manhã do último domingo (12), moradores de Moema, na zona sul de São Paulo, protestaram pela morte de Nayde Pereira Cappellano, de 88 anos, após seu veículo ficar submerso em alagamento no bairro, na última quarta-feira (08).

Abalados com a morte de Nayde e preocupados com possíveis novas tragédias no local, o grupo segurava uma faixa com os dizeres "a população pede socorro" (como é possível observar na imagem em destaque).

De acordo com o R7, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) admitiu, durante visita ao bairro no último sábado (11), que a prefeitura estava ciente dos problemas de escoamento da água na região desde 2018.

Além disso, um dia depois da tragédia, Ricardo já havia acionado a Procuradoria Geral do Munício (PGM) para tomar medidas judiciais para derrubar um muro que pode ter agravado a situação da rua onde ocorreu a morte da munícipe.

Ele também afirmou que outras nove ações já estavam em curso para reintegrações de posse de ocupações irregulares que agravaram a impermeabilização do solo ao longo do Córrego Uberabinha, todos eles nas proximidades da tragédia, na esquina da Rua Gaivota com Ibijaú - onde Nayde morreu. Ou seja, dificultaram a evasão de água, favorencendo a enchente.

A maioria dessas ações diz respeito a construções irregulares que foram feitas em áreas localizadas em vielas sanitárias, que têm a função de escoar a água das chuvas e não devem ser tapadas.

Ricardo Nunes, afirmou também na última sexta-feira (10), que a demolição do muro realmente será feita.

Falei com a procuradora-geral do município, doutora Marina Magro, e pedi que fossem intensificadas as ações já em curso e se possa imediatamente quebrar aquele muro na Rua Gaivota", afirmou o prefeito

A tragédia que tirou a vida de Nayde Pereira

Nayde Cappellano, de 88 anos, morreu em consequência das enchentes na última quarta-feira (08), na rua Gaivota, em Moema, na Zona Sul de São Paulo. De acordo a Polícia Militar, a idosa sofreu uma parada cardiorrespiratória. Ela chegou a receber os primeiros-socorros do Corpo de Bombeiros, porém não resistiu ao trauma.

A idosa, que havia saído para buscar remédios em um posto de saúde, ficou presa dentro de seu carro, quando ele foi submerso pela água. Ela era moradora da região e estava a apenas cinco quarteirões de casa. Ao entrar na rua, que estava alagada, não conseguiu sair do local, nem deixar o carro que dirigia.

Em entrevista à BandNews FM, a neta dela, a advogada Mariana Fanelli Capellanno, diz que a avó ainda tinha muito o que viver e que os parentes tinham certeza que ela ia chegar aos 100 anos. Matriarca de uma família com quatro filhos, seis netos e oito bisnetos, a idosa era tão autossuficiente quanto possível.

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