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Casos de dengue aumentam em SP durante a onda de calor

As elevadas temperaturas, frequentemente seguidas de chuvas, estão favorecendo a propagação do mosquito Aedes aegypti

Casos de dengue aumentam em SP durante a onda de calor. - Imagem: reprodução freepik
Casos de dengue aumentam em SP durante a onda de calor. - Imagem: reprodução freepik

Lillia Soares Publicado em 14/11/2023, às 19h19


A onda de calorintenso na cidade de São Paulo esta semana gerou um novo alerta na área de saúde pública. As elevadas temperaturas, frequentemente seguidas de chuvas, estão favorecendo a propagação do mosquito Aedes aegypti, responsável pela dengue, entre outras doenças.

Na cidade de São Paulo, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) contabilizou 12.742 casos de dengue até 11 de novembro de 2023. Conforme informações do portal Metrópoles, em pouco mais de dez meses, esse número já superou o total de todo o ano anterior, que registrou 11.920 casos da doença.

Destaca-se também o aumento significativo nas mortes decorrentes da dengue este ano. Com 10 óbitos, esse é o maior índice registrado nos últimos oito anos na cidade. No ano anterior, a SMS registrou duas vítimas da doença.

O Dr. Fernando de Oliveira, especialista em doenças infecciosas no Hospital São Luiz Morumbi, explica que a quantidade de casos de dengue varia conforme o clima e está diretamente ligada ao aumento das temperaturas e à ocorrência de chuvas.

Esse cenário climático favorece o aumento do número de criadouros disponíveis, assim como o desenvolvimento do vetor”, afirma o Dr. Fernando.

O médico explica que quando essas condições se juntam, é o ambiente ideal para o mosquito que transmite o vírus se proliferar. Além disso, o especialista em doenças infecciosas destaca que elementos como movimento de pessoas, urbanização e infraestrutura sanitária também desempenham um papel no aumento dos casos de dengue.

Recorde de calor

Nesta segunda-feira (13/11), a cidade teve o dia mais quente do ano, atingindo 37,4º C às 15h, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), na estação meteorológica do Mirante de Santana, na zona norte de São Paulo.

A Secretaria de Saúde informou que, no decorrer deste ano, mais de 4,6 milhões de iniciativas preventivas contra o Aedes aegypti foram implementadas na cidade. Isso inclui visitas domiciliares, inspeções em propriedades e locais estratégicos, bloqueio de criadouros, nebulizações, orientações à população, e outras atividades específicas.

Além disso, a Secretaria destacou que, no período entre 2022 e 2023, foram adquiridos 15 mil litros de inseticida para nebulização (fumacê) contra o mosquito Aedes aegypti. Também foram compradas e distribuídas 20 mil armadilhas de autodisseminação de larvicida em todas as regiões da cidade com histórico de maior incidência de casos da doença.

Medidas Preventivas

De acordo com o Dr. Fernando de Oliveira, não existe um tratamento específico para a doença, mas ele ressalta as principais ações de prevenção:

  • Eliminação de possíveis locais de reprodução dos mosquitos: é importante 
  • manter recipientes e áreas propensas ao acúmulo de água cobertos com tela ou tampas.
  • Utilização de barreiras como mosquiteiros e telas em portas e janelas.
  • Medidas individuais de precaução: proteger áreas expostas do corpo contra as picadas do mosquito usando roupas de manga longa e calças, além do uso de repelentes.

Atualmente, conforme destacado pelo infectologista do Hospital São Luiz, existem duas vacinas aprovadas contra a dengue no país. Contudo, esses imunizantes estão disponíveis apenas em clínicas particulares.

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