Religião e política devem ser água e óleo, separados, distintos e jamais imiscuídos
por Marcus Vinícius de Freitas
Publicado em 16/11/2022, às 19h00 - Atualizado às 21h18
O mundo se encontra em bifurcações, cujas direções podem alterar profundamente o rumo do planeta e das futuras gerações. Se, por um lado, observamos, positivamente, uma flexibilização nos valores da sociedade, que, ao longo dos anos, tem-se tornado mais inclusiva, tolerante e aberta, por outro lado, notamos também o recrudescimento de determinados grupos sociais cuja agenda política preocupa em razão de sua ascensão e movimentação.
Não há dúvida de que a questão religiosa é um aspecto importante das sociedades. A busca do homem para três questionamentos fundamentais de sua existência – de onde vim, por que estou aqui e para onde vou – tem sido um elemento fundamental na construção de perspectivas e valores religiosos, que se transformam numa régua importante da coexistência humana. A questão religiosa permeia a história, provocando-lhe grandes avanços e, também, enormes retrocessos.
O fato é que a questão religiosa tem sido abusada, particularmente no tocante ao uso da fé para a proliferação de ideias intolerantes, juízos radicais de valor e pouca abertura para o questionamento da validade de crenças que são baseadas em percepções mais que realidades fáticas. E em nome dessas percepções, criam-se grupos, dividem-se as sociedades, e a tolerância reduz a possibilidade de uma convivência harmônica.
Grupos radicais religiosos já assumiram o comando de nações. A teocracia iraniana, por exemplo, é um exemplo desta tentativa. O Talibã é outro. Em todos estes casos, o que se notou foi que a intolerância religiosa e a ascensão destes grupos representam mais um retrocesso do que efetivamente um avanço.
Embora no Ocidente possamos afirmar que a questão religiosa está mais solidificada, o fato é que também nesta parte do mundo observamos uma polarização relativa a uma hipertrofia da religião. Grupos religiosos pretendem assumir a agenda política de países e tentar impor – ainda que por muitas vezes lhes pareça válida – uma perspectiva distorcida da realidade. Afinal, se a diversidade é uma das características principais da Criação, em razão da multiplicidade da flora e da fauna, é insano acreditar que a vontade divina somente se manifestaria a um grupo restrito na vasta população de mais de 8 bilhões de indivíduos que circulam temporariamente neste mundo.
O maior problema da ascensão da questão religiosa é a postura dogmática utilizada por estes grupos. Ao invés do debate e da discussão – inerentes à evolução humana – ao afirmar-se um peremptório “É assim”, “Isto é dogma”, ou “Deus disse isto”, a questão da racionalidade, que deve permear toda atividade intelectual humana é relegada a segundo plano. Inclusive, uma das molas propulsoras da evolução da humanidade – a dúvida – é muitas vezes questionada como um elemento desestabilizador da fé.
Temos observado, nos últimos ciclos eleitorais, o agravamento da questão religiosa. Para piorar, o confronto político acirra os grupos religiosos que apoiam um ou outro candidato. Extrapolada esta situação, corremos o risco de vermos a perseguição religiosa – sancionada ou não pelo grupo no poder – tornar-se realidade contra aqueles que se opõem a determinado conjunto de ideais.
O prejuízo social aumenta ao se dividir a sociedade não somente entre grupos políticos, mas também pelo alinhamento religioso. Nada poderia ser mais prejudicial a uma sociedade, particularmente em tempos modernos em que a diversidade tem-se tornado um elemento fundamental da convivência humana.
Religiões, no passado recente, negaram ao homem a possibilidade de evoluir intelectualmente. Sob o manto de uma perspectiva, sempre baseada numa revelação pessoal dada a um indivíduo muitas atrocidades foram cometidas e vidas perdidas ao longo da história.
O que a humanidade não compreendia em determinados momentos, atribuía-se ao Divino a razão daquele fenômeno. E aqueles que interpretavam tal situação atribuíam a si mesmos poderes ultra-humanos, sempre dissipados pela sepultura, que é o grande equalizador da humanidade.
O fato é que vemos a questão religiosa assumindo um papel fundamental no debate político, diluindo a possibilidade do desenvolvimento político de uma sociedade.
Religião e política devem ser água e óleo, separados, distintos e jamais imiscuídos. A partir desta perspectiva se pode construir um estado laico e avançar como sociedade.
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