Após uma campanha bem abaixo da média a diretoria do
Corinthiansnão resistiu a pressão e anunciou a saída do técnico
Fernando Lázaro. Para substituí-lo agiu rápido e apresentou o vitorioso Cuca, que até então nunca havia trabalhado no clube. Só o anúncio do provável interesse bastou para uma ala significativa da torcida corintiana criticar com força a chegada do novo profissional. O motivo? Uma acusação de abuso sexual ocorrida em 1987, em Berna na Suíça, quando Cuca ainda era um jovem jogador do Grêmio. Ele estava com outros três colegas de time e a menina tinha 13 anos de idade na ocasião.
O caso foi julgado a revelia dois anos depois e
Cucasempre se posicionou como inocente. Mas o fato é que de lá para cá se passaram 36 anos. Tempo mais do que suficiente para que a justiça fosse feita com rigor. Nesse percurso Cuca construiu sua carreira com propriedade como um bom jogador de passagens por grandes clubes. Uma vez pendurando as chuteiras embarcou na carreira de treinador e dirigiu alguns dos principais times do futebol brasileiro. Entre eles
São Paulo (duas vezes), Grêmio, Botafogo Flamengo(duas vezes), Fluminense (duas vezes), Atlético/MG (três vezes), Santos (duas vezes), além de vários outros clubes brasileiros e até o futebol chinês.
Em todos esses momentos ninguém (ou muito pouca gente) relembrou e reclamou desse caso específico. O que sempre contaram foram as vitórias e conquistas de títulos. Hipocrisia? Mera lacração? Ou a torcida do Corinthians realmente é diferente e totalmente engajada nessas questões sociais? Eu vi muitas pesquisas na internet apoiando a chegada dele em sua imensa maioria.
Eu nem defendo o cara. Muito menos vou punir. Prefiro avaliar apenas o trabalho dele tecnicamente. Nesse ponto acho o Cuca um profissional que pode dar esse choque de comando que o elenco do Corinthians precisa. Estarei de olho. Ele vai ter que me convencer e convencer muita gente que já está pedindo sua saída antes mesmo da entrada.
Mudança de postura
Que o elenco do São Paulo não é essas coisas, a gente já sabe. Com exceção do Calleri, Luciano e do Arboleda, hoje você pega a escalação do time e vê um 'catadão' de jogadores desconhecidos. Mas não dá pra negar que a troca de treinador surtiu efeito imediato. O jogo que o Tricolor apresentou diante do América/MG foi totalmente diferente do que vinha fazendo com o ex-goleiro ídolo. E acho que o maior desafio do novo comandante Dorival Junior é realmente manter essa mesma intensidade. O Junior é um profissional inteligente, sabe controlar os ânimos do vestiário e tem como uma de suas principais características 'acertar times'. O
placarde 3 a 0 nos mineiros provou um pouco disso.
