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COLUNA

Os que amam e os que odeiam

Esquerda e direita. - Imagem: Freepik
Esquerda e direita. - Imagem: Freepik

Fernanda Trigueiro Publicado em 07/10/2022, às 06h10


O Brasil está dividido. Não tem como negar. A diferença foi pequena entre os dois principais candidatos que disputam o maior cargo da federação. Na prática, isso significa que pessoas totalmente diferentes estão lado a lado. Dividem o mesmo país, a mesma cidade, a mesma rua e até a mesma casa.

Para muitos brasileiros, foi o pleito do "contra". Eleitores que não eram à favor de nenhum deles, mas contra outro. Escolher foi difícil e desta forma a emoção falou mais alto. Poucos leram propostas de governo, muitos agiram pelo sentimento. Seja o amor ou o ódio. Seja pela esperança ou pela decepção.

Fazer a vontade de todos é impossível. Mas onde há diálogo, não há conflito. O bom senso pode gerar novas ideias. E se render aos rótulos é ignorância. Não é porque votou no x que não pensa no coletivo, assim como quem votou no y também não é contra a família. A polarização é tanta, que hoje parece comum não aceitar quem discorda de você. Mas por que apenas os seus princípios importam? Por que a sua opinião é a melhor? Será que isso é democracia? Desta forma, quem tanto bate no peito por viver em um país onde a decisão é da maioria, já se perguntou porque dói tanto aceitar a liberdade do outro? É a tal da intolerância e incoerência.

Este artigo não é político, até porque a política diz muito sobre o comportamento humano. Talvez, o pior do nosso modo de ser. Da vaidade do homem, do espírito competitivo, dos ataques, da forma violenta de reagir, e principalmente, da dificuldade de perder.

Seja lá qual o resultado, alguém vai sair frustrado. Faz parte do jogo, da política, da sociedade e da vida. Metade do Brasil estará em festa, enquanto a outra vai lamentar. Espero que o presidente eleito seja ele quem for, saiba que não está sozinho. Que pense na nação e não só no seu lado. Política se faz para todos e a democracia só é válida se existir respeito.

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