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Protesto!

Patrocinadora da Dinamarca cria camisas ousadas como forma de protesto; saiba o motivo

O material esportivo será utilizado pela seleção na Copa do Mundo de 2022

Camisas inovaram na estética - Imagem: reprodução/Twitter @goncalo_diass17
Camisas inovaram na estética - Imagem: reprodução/Twitter @goncalo_diass17

Thais Bueno Publicado em 30/09/2022, às 18h24


A patrocinadora de material esportivo da Dinamarca revelou oficialmente as camisas que a seleção irá usar na Copa do Mundo de 2022.

As camisetas são monocromáticas e fazem parte de um protesto contra o Catar ser a sede da competição. A empresa teria alegado que o ponto da criação das peças é passar despercebido "durante um torneio que custou a vida de milhares de pessoas".

Segundo a patrocinadora Hummel, as camisas são "um protesto contra o Catar e o seu histórico de direitos humanos", além também de prestar homenagem ao título da Eurocopa conquistado pela seleção dinamarquesa em 1992.

O uniforme principal é completamente vermelho. Já o secundário é todo branco. Por fim, o terceiro e último é todo preto. A patrocinadora e o símbolo da Federação Dinamarquesa de Futebol (DBU) seguem o mesmo padrão de cores, sem maiores contrastes.

"Esta camisa carrega uma mensagem. Não queremos estar visíveis durante um torneio que custou a vida de milhares de pessoas. Nós apoiamos a seleção dinamarquesa em tudo, mas isso não é o mesmo que apoiar o Catar como um país-sede".

Veja fotos dos uniformes: 

O Supremo Comitê para Entrega e Legado, organizador da Copa do Mundo no Catar, não apoiou o protesto da Hummel e rejeitou com "todo o coração a banalização de nosso compromisso genuíno de proteger a saúde e a segurança dos trabalhadores".

Em novembro do ano passado, a DBU já havia se metido em polêmica. Ela anunciou que disputaria o torneio com foco meramente esportivo, sem nenhum interesse comercial.

A mudança na estampa dos patrocinadores também já estava prevista nas camisas de jogo, com o objetivo de passar mensagens altruístas e empáticas.

"Preto, a cor do luto. A cor perfeita para a terceira camisa da Dinamarca no Mundial deste ano. Queremos fazer um comunicado sobre o histórico de direitos humanos do Catar e o seu tratamento aos trabalhadores migrantes que construíram os estádios para o Mundial do país".

Segundo a ONG Anistia Internacional, durante a construção dos estádios para a Copa no Catar, foram feridos diversos direitos trabalhistas.

Além dos abusos cometidos, milhares de trabalhadores, que são imigrantes, não podem formar sindicatos para lutar por seus direitos, não podem trocar de emprego e, ainda, ficaram muito tempo sem receber salários.

Também existe a suspeita sobre as mortes repentinas de profissionais aparentemente saudáveis, que não foram investigadas. As famílias não foram compensadas.

A Dinamarca vem se posicionando fortemente contra a realização da Copa no país árabe, em razão das polêmicas ligadas aos direitos humanos no país asiático, como a proibição de relacionamentos LGBTQUIA+.

A estreia da seleção dinamarquesa ocorre no dia 22 de novembro, contra a Tunísia. O grupo D também conta com França e Austrália.

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