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Meio ambiente

Governo aplica 11 mil multas por queimadas no Amazonas

O estado está enfrentando um número de focos de incêndio que ultrapassa a média histórica para o mês de outubro

O estado está enfrentando um número de focos de incêndio que ultrapassa a média histórica para o mês de outubro - Imagem: Reprodução Freepik
O estado está enfrentando um número de focos de incêndio que ultrapassa a média histórica para o mês de outubro - Imagem: Reprodução Freepik

Lillia Soares Publicado em 13/10/2023, às 19h06


O governo federal ampliou o apoio contra as queimadas no Amazonas, destacando 149 novos brigadistas, a doação de 200 conjuntos de equipamentos e a alocação de dois helicópteros para a região. Durante uma coletiva na sexta-feira, também enfatizou um aumento na fiscalização, mencionando cerca de 11 mil multas emitidas neste ano.

A equipe adicional de brigadistas estará em ação desde esta sexta-feira (13/10) até segunda-feira (16/10). No entanto, as sanções financeiras já estão em vigor.

"Já aplicamos 11 mil multas por desmatamento. Se você queimou sua propriedade, não terá mais acesso a financiamentos agrícolas", revelou Rodrigo Mendonça, o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Mendonça, ao lado dos ministros do Meio Ambiente, Marina Silva, e do Desenvolvimento Regional do Brasil, Waldez Góes, abordou a situação dos incêndios que estão se alastrando pelo Amazonas.

O estado está enfrentando um número de focos de incêndio que ultrapassa a média histórica para o mês de outubro, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Nos primeiros 10 dias deste mês, foram contabilizados 2.684 pontos de calor.

De acordo com informações do portal Metrópoles, para o combate de incêndios, existe um projeto pré-aprovado que alocará até R$ 35 milhões de recursos, destinados principalmente ao Corpo de Bombeiros e financiados pelo Fundo Amazônia. Estima-se que cerca de R$ 30 milhões serão investidos, provenientes do Programa União com Municípios.

“É uma situação de extrema gravidade, porque há o cruzamento de três fatores: estiagem agravada pelo El Niño por conta da mudança do clima, matéria orgânica em grande quantidade ressecada, e o ateamento de fogo dentro de áreas de forma criminosa”, explicou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Marina Silva informou que no Amazonas há duas áreas de atuação no combate às queimadas: uma no sul do estado e a outra nas proximidades de Manaus, a capital. “São mais de mil focos de calor no Amazonas”, revela. “Não existe fogo natural na Amazônia”, completou.

O ministro do Desenvolvimento Regional do Brasil, Waldez Góes, destacou que vários órgãos do governo federal estão colaborando para lidar com a situação no Amazonas e mencionou a possibilidade de uma medida provisória (MP) para atender às necessidades da região amazônica. “Se for necessário ter uma nova MP para atender a Amazônia, certamente o [presidente] Lulao fará”, afirmou.

Rodrigo Mendonça, presidente do Ibama, divulgou que aproximadamente 73,5% dos incêndios na região amazônica do Amazonas ocorreram em áreas previamente desmatadas, com 55% deles afetando áreas recentemente desmatadas.

Ele explicou que, normalmente, são necessários de 3 a 5 anos de queimadas repetidas na mesma região para que ocorra uma completa limpeza e desaparecimento da floresta local. Surpreendentemente, a seca está tão intensa que já estão ocorrendo incêndios em áreas de floresta ainda em pé. No entanto, por outro lado, ele informou que houve uma redução de 64,4% nos alertas de desmatamento desde o início do ano.

Em relação ao Amazonas, de um total de 62 municípios, 60 estão enfrentando situações de emergência. No Acre, 22 municípios também enfrentam uma situação semelhante.

O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, relatou uma conversa com o governador do Amazonas, Wilson Lima, na quinta-feira (12/10), em que discutiram estratégias para combater os sérios incêndios que afetam o estado.

Os focos de calor estão causando danos à saúde e levaram ao cancelamento das aulas em Manaus. Por meio da rede social X (antigo Twitter), Dino compartilhou que em resposta à orientação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mobilizou a Força Nacional para conter os incêndios florestais em todo o estado.

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