Luzia e Danielle contam como foi o processo para ter as filhas
Milleny Ferreira Publicado em 25/09/2023, às 12h26
Em 2017, Luiza Aquino e Danielle Matos decidiram aumentar sua família, e iniciaram um processo de pesquisa para decidirem qual método mais indicado para um casal homoafetivo seguir, Luzia encontrou em seu Facebook um grupo com relatos de mulheres contando como foi engravidar através da inseminação caseira.
"A gente queria seguir com a ideia, mas vimos que a questão do registro de nascimento da criança com o nome das duas mães seria um pouco mais complicada do que através da inseminação feita em laboratório. Por isso, optamos pela fertilização in vitro. O processo inteiro com quatro embriões, com inserção de dois de cada vez, custou aproximadamente R$ 30 mil. Consegui desenvolver uma gravidez, mas tive um aborto um mês depois", relembra Luzia para o VivaBem do UOL.
Em maio de 2021, decidiram voltar para a idéia inical da inseminação caseira, já começaram a parte das entrevistas com os doadores e em cerca de três meses após o inicio deste processo, Luzia conseguiu engravidar das meninas.
Antes de ser feita a coletagem, Luzia deixa claro que solicitou exames atualizados para o doador para não ter a possibilidade de alguma DST, e foi feito um acordo verbal com o mesmo para a partir do momento em que o teste positivasse, seria cortado qualquer contato que tivéssem, e segue assim até hoje.
Luzia, o doador e Danielle foram para um hotel escolhido e pago pelo casal para realizar o procedimento, o doador ejaculou em um pote estéril e, em sequência, Danielle colheu o material com uma seringa e lá mesmo, a esposa inseriu a seringa no canal vaginal de Luzia. Que depois de duas semanas descobriu que estava grávida, e em seu quarto mês de gestação entrou com o pedido para que Helena e Heloisa tivessem os nomes das duas mães na certidão de nascimento.
"Quando descobrimos a gravidez, ficamos ao mesmo tempo muito felizes e preocupadas porque eram duas bebês. Quando contamos para o João Eduardo, filho do meu primeiro casamento, ele ficou muito feliz porque sempre pedia por um irmão. Apesar de ser considerada de alto risco, tive uma gravidez tranquila", completa Luzia, ainda para o UOL.
Mesmo sem ter um regularização para o método da inseminação caseira, a prática não é proibida, o meio da internet tem ajudado diversas mulheres a se convencerem a fazer esse tipo de procedimento, um dos fatores é o preço de uma inseminação artificial, e pelas redes socias elas mesmas escolhem e conversam com o doador.
A prática é realizada com o casal ciente de todos os riscos e opiniões médicas. Os homens podem fazer quantas doações quiserem e não há registros formais a respeito, devido a falta de regulamentação do procedimento.
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