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Racismo

"Mamãe, um dia vou ficar branco?", questiona criança após sofrer racismo

A mãe dão menino de apenas 5 anos compartilhou o relato sobre o preconceito sofrido pelo filho

Criança de cinco anos relata racismo sofrido na escola - Imagem: reprodução Instagram @claudetealphonsus
Criança de cinco anos relata racismo sofrido na escola - Imagem: reprodução Instagram @claudetealphonsus

Bianca Souza Publicado em 19/09/2022, às 08h16


Claudete Alphonsus, estilista e mãe de um menino de 5 anos, compartilhou em seu perfil no Instagramum vídeo no qual seu filho conta ter sido alvo de racismona escola. Na conversa, o menino pergunta à mãe se um dia será branco."Mamãe, um dia eu vou ficar branco?".

A criança contou que os colegas da escola o comparam ao cocô. "Cor de cocô é marrom", diz o menino chorando.

Claudete conduz a conversa com muito cuidado e carinho, reforçando a beleza do filho. "Você não precisa ser branquinho. Você nasceu pretinho e lindo", diz a mãe.

Claudete destacou em sua publicação nas redes sociais, que outras crianças, a exemplo do filho, são diariamente vítimas do racismo.

"Crianças em contextos de desigualdades são vítimas do racismo nas escolas, nas ruas, nos hospitais ou aldeias e, às vezes, dentro de suas famílias, deparando-se constantemente com situações de discriminação, de preconceitoou segregação",  escreveu. 

A mãe do menino, disse que já havia reparado o desânimodo filho e decidiu conversar com ele sobre o que estava acontecendo.

"Foi a coisa mais dolorosa de ouvir. Eu sentir meu coração dilacerar, partir em pedacinhos, sofri com ele, chorei com ele e peço a todos que cuidem dos filhos de você tomem conta do mental de seus filhos pretos e não permitam que machuquem", disse.

Em outro trecho de seu relato, Claudete lembra o quanto o racismo é prejuducual à saúde das crianças negras. "Afirma-se que o preconceito sofrido na infância pode causar impactos sérios no desenvolvimento infantil, já que quando os sistemas de resposta ao estresse das crianças permanecem ativados em níveis elevados por longos períodos, isso pode ter um efeito significativo de desgaste no cérebro em desenvolvimento e em outros sistemas biológicos", escreveu.

Por fim, Claudete reforçou que cabe à escola atuar no combate ao racismo, além de trabalhar com questões que apoiem as crianças em relação a autoestima, aceitação e diversidade.

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Claudete Alphonsus, mãe da criança, compartilhou o relato do filho sobre caso de racismo / Imagem: reprodução Instagram @claudetealphonsus
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