Por Marcus Vinícius de Freitas
Redação Publicado em 06/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 09h48
Por Marcus Vinícius de Freitas
À medida que o ciclo eleitoral brasileiro se aproxima, o debate político tem centrado mais em pessoas do que em ideias ou planos efetivos de governo. Ao preferir indivíduos a ideias, o Brasil corre o risco de eleger pessoas sem capacidade para levar o País ao rumo certo. Perde-se tempo com detalhes de menor importância num debate infundado de ideologias ultrapassadas nos dois campos do espectro político. A realidade é que, diariamente, o mundo segue sua jornada ao redor do sol e a competitividade entre os países aumenta substancialmente. Países que compreendem a dinâmica implacável da mudança preparam melhor suas populações para os eventuais desafios. O Brasil é um país rico mas pródigo em desperdiçar o seu futuro.
Dentre os múltiplos desafios que o Brasil enfrenta, existem três vulnerabilidades que se continuarem, poderão condenar o País a permanecer sempre numa segunda ou terceira divisão da ordem global, relegado à posição de influenciado e jamais de influenciador, algo que deveria ocorrer naturalmente em razão do tamanho, demografia e abundância de recursos naturais que o País possui. Em primeiro lugar, a questão do crescimento econômico está relacionada à falta de clareza dos objetivos de desenvolvimento do País no curto, médio e longo prazos. O Brasil ficou refém de uma narrativa que se arrasta há anos quanto às reformas tributária, administrativa e política que, de fato, são importantes porém não ocorrem porque não se tem um rumo claro do objetivo maior a ser alcançado. O País precisa determinar um objetivo de renda per capita, que o ajude a sair da armadilha da renda média e encontrar um novo patamar de evolução econômica. Engana-se quem acredita que o campo brasileiro proporcionará este impulso ao País. O campo pode e deve pavimentar o caminho desta evolução, porém será o valor agregado às commodities, o desenvolvimento industrial e o uso intensificado do capital intelectual que poderão levar o país a um avanço maior. Ao materializar a meta de crescimento, com um valor de 15 ou 20 mil dólares per capita, nos próximos vinte anos, seria importante aos governantes estimularem o Brasil como um todo a assumir esse protagonismo essencial aos próximos passos como nação. Se não agregarmos novidades à base produtiva, o País não conseguirá avançar de fato. O Brasil ainda precisa aprender a ser capitalista e os agentes do Estados – funcionários públicos, governantes e juízes – não deveriam criar problemas ou sobressaltos na trajetória do desenvolvimento. A maior justiça social que se pode fazer é o trabalho remunerado, porque do contrário, observamos um empobrecimento generalizado da população com falta de esperança num futuro melhor.
A questão educacional é uma enorme vulnerabilidade. Deveria haver um esforço intensificado do País em transformar as universidades brasileiras em centros de excelência e investir para que, dentro de uma ou duas décadas, uma universidade brasileira esteja entre as dez primeiras universidades do mundo em produção de conhecimento e qualidade de ensino. O nível educacional brasileiro, comparativamente, é baixo e isto leva a uma mão-de-obra menos qualificada, a uma pobreza no debate e no diálogo político e condena o País ao eterno ciclo da miséria. O conhecimento é a arma mais libertadora de uma sociedade. O investimento pesado na educação pública de qualidade é essencial para a evolução da sociedade. É preciso reinserir na educação o elemento competitivo, a recompensa pelo mérito e o estímulo à performance. Além disso, o Brasil deveria retomar, de modo sério, o programa “Ciência sem Fronteiras” – uma ideia acertada do governo Dilma, mas muito mal implementada – para que um número maior de brasileiros tenha a oportunidade de adquirir conhecimento nas melhores universidades do mundo e tragam para o País aquilo que é necessário para avançarmos.
A terceira vulnerabilidade é a segurança pública, um dos elementos determinantes da deterioração da qualidade de vida no Brasil. Infelizmente, o País se acostumou com a violência e com a ditadura do crime organizado. Da roupa que vestimos ao carro que temos, o crime determina como o brasileiro se comporta. Além disso, a maleabilidade jurídica de um sistema amigável à má conduta e à criminalidade, com juízes muitas vezes “socialmente justiceiros”, levou a uma situação em que a impunidade prevalece dos níveis mais altos até os mais baixos da sociedade. A partir do momento em que políticos corruptos são libertados em razão do arsenal jurídico utilizado, líderes de tráfico são liberados por ordens judiciais pouco claras e o valor da vida está abaixo de um tênis ou celular, a situação da violência tenderá a ser crescente. E, ao invés de darmos às forças do Estado os mecanismos necessários de atuação, adotamos o discurso do armamento como solução de algo relativamente fácil de ser resolvido, se houver seriedade no trato. Enquanto programas vespertinos de televisão tiverem audiência por seu conteúdo criminal e não pela qualidade da programação, estará claro que muito pouco temos avançado.
O Brasil é um país fabuloso. Arrisco-me a dizer que é um dos melhores no mundo dentre os inúmeros que tenho visitado. O mau gerencialmento é o seu Calcanhar de Aquiles. Já passou da hora de resolvermos isto.
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Professor Visitante, China Foreign Affairs University
Senior Fellow, Policy Center for the New South
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