Por Fernanda Trigueiro*
Redação Publicado em 05/11/2021, às 00h00 - Atualizado às 07h27
Por Fernanda Trigueiro*
Depois de um dia exaustivo eu só queria ir embora. Quando acabei tudo que tinha para fazer, peguei minhas coisas e parti. Com o celular nas mãos, fui respondendo mensagens que ficaram para trás ao longo do meu dia e olhando as redes sociais para saber o que os outros fizeram enquanto eu trabalhava. Fui caminhando pelo corredor, encontrei alguns colegas, comprei um chá, cheguei até o relógio do ponto e voltei a olhar o celular. Já no carro, pensei se tinha batido o cartão como faço todo dia na hora da entrada e da saída para registrar as horas trabalhadas. Só que o cansaço era tanto que voltar não era uma possibilidade. Deixei pra lá e peguei meu rumo.
Fui o trajeto todo para casa pensando nisso. Como não tinha reparado em nada? Não lembrava quem tinha passado ao meu lado, deixei de cumprimentar as pessoas, não sorri e nem me dei chance de receber o sorriso dos outros. Tomei o chá sem nem apreciar o gosto. Entrei no automático! E quando percebi já tinha chegado ao meu destino. Mais uma vez sem nem me dar conta!
Vivi sem viver. Se no primeiro momento a culpa era do celular, no outro eu era a única culpada mesmo. Fiquei focada em descobrir meu erro e errei de novo. Onde estive? Eu deveria estar voltando para casa, mas minha cabeça estava em algum lugar bem distante. A sensação era de que o carro tinha feito o trajeto sozinho.
“Tudo bem, é a rotina”, eu me justifiquei. Mas a vida é todo dia. A vida é rotina e não dá para fugir disso. Quantos erros já devo ter cometido por não estar presente? Deixar de viver é perder oportunidades. Até porque os bons momentos não anunciam quando vão chegar. Temos que estar apenas disponíveis e abertos. Viver intensamente tudo que acontece.
Sentir o cheiro da chuva que se aproxima, do aroma das flores, do café e até do ar poluído da cidade. Reparar se o céu está azul, se o sol saiu ou se a lua está cheia. Perceber cada passo que dá e quem cruza seu caminho. Olhar no olho. Dar um “bom dia”, “boa tarde” ou “boa noite”. Ouvir os sons, que pode ser do canto dos pássaros ao barulho da rua. O que passou, passou e realmente não volta mais.
Por isso, agora me prometi (sem deixar para amanhã) que estarei presente. Vou viver uma coisa de cada vez por menor que pareça ser. Me entregar, sentir as emoções e as consequências das minhas escolhas. Descobri que quem faz várias coisas ao mesmo tempo, não faz nada direito! Quero me dedicar por completo para tudo e todos. Estar completa para receber o mesmo em troca. Não dizem por aí que a gente colhe o que planta?
Na medida do possível, comecei bem. Parei para ver o dia, que estava feio e nublado. Andei o corredor inteiro com o celular no bolso. Encontrei um amigo e conversei. Bati o cartão, inclusive descobri que aquela vez eu também tinha registrado a minha saída, só não tinha vivido aquele momento. Mas agora, a história mudou. Hiperpresente: fiquei em frente ao relógio, olhei o horário certo e até mesmo os segundos marcados. Passei o crachá, retirei o comprovante, ri sozinha e sai toda orgulhosa de mim mesma! Quem viu a cena não deve ter entendido nada e eu segui com a cabeça erguida distribuindo “tchaus” pra quem cruzava meu caminho.
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