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Rodrigo Constantino: Por onde anda Doria?

Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino: Por onde anda Doria?
Rodrigo Constantino: Por onde anda Doria?

Redação Publicado em 01/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h49


Por onde anda Doria?

Rodrigo Constantino

A oposição adotou uma narrativa de que Bolsonaro não se interessou pelas vacinas, e alguns chegaram ao ápice de repetir na CPI circense que o Brasil poderia ter sido o primeiro país do mundo a começar a vacinação – antes mesmo de quem desenvolveu as vacinas! Tudo ia nessa direção, até aparecer um impostor alegando que poderia haver “pressão atípica” para a compra da vacina indiana. A narrativa mudou para suspeita de corrupção.

Ignoraram que pressão atípica fez a própria trinca de palhaços da CPI. O irmão de Renan Calheiros foi autor de uma emenda da Medida Provisória para cobrar celeridade da Anvisa, relatada por Randolfe Rodrigues. Omar Aziz foi autor de outra emenda da MP pressionando para liberar a Covaxin e a Supitnik. Randolfe chegou a gravar um vídeo afirmando que tempos de guerra não são como tempos de paz, e fez um apelo para que a Anvisa liberasse o quanto antes a vacina indiana, já aprovada em outros países.

A hipocrisia é a marca da esquerda e, portanto, dessa CPI circense. Mas a turma não consegue manter uma narrativa fajuta nem por 24 horas. Falaram em superfaturamento de 1.000% ignorando que o laboratório tem em seu site o preço tabelado mundialmente para exportação, exatamente o que fora acertado com o governo – que não desembolsou um tostão ainda. Mais de dez países compraram a vacina indiana pelo mesmo valor. Uma conspiração global comandada por Bolsonaro?

Como essa narrativa morreu na praia, a oposição apelou para outro impostor que entrou em cena numa “reportagem” da Folha. Tudo cheira a golpismo. O sujeito denunciava que um diretor do Ministério da Saúde cobrou propina de um dólar por dose da vacina da AstraZeneca. O laboratório afirma que não trabalha com intermediários, a empresa em questão parece coisa de picareta, e o diretor em questão, já afastado por precaução, foi indicado por Mandetta quando ministro. Mais um tiro que sai pela culatra? A oposição jogou um bumerangue? Mirou em Bolsonaro e acertou no queridinho da mídia, na “voz da ciência” para a CPI circense?

Tudo anda patético demais. Para quem finge acreditar nas pesquisas que colocam o ex-presidente corrupto vencendo quase no primeiro turno, até que a oposição parece bem desesperada, não? Produz escândalos inexistentes e apresenta um “super pedido de impeachment”, além de lutar com afinco contra o voto auditável. Estranho.

Mas faço um apelo aqui. Alô, jornalistas! Já que a questão é ética e uma preocupação legítima com todo recurso público; já que a pandemia e a pressão por vacinas geraram um ambiente arriscado para golpistas; e já que estamos vasculhando compras de vacinas e respiradores: que tal cobrarmos do governador João Doria e do Butantan o tal contrato com os chineses? A transparência ali é nula. Doria anda um tanto calado, não?

E que tal cobrarmos também a convocação de Carlos Gabas, o petista que comandava o Consórcio Nordeste, que pagou quase R$ 50 milhões por respiradores que nunca chegaram, para uma empresa de fachada e à vista? Ou a preocupação não é tanto com os recursos públicos, mas sim com tentar desgastar Bolsonaro?

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