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O fim da hegemonia americana

Por Rodrigo Constantino*

O fim da hegemonia americana
O fim da hegemonia americana

Redação Publicado em 25/02/2022, às 00h00 - Atualizado às 06h43


Por Rodrigo Constantino*

O fim da hegemonia americana

Com a queda do Muro de Berlim em 1989 e o debacle da União Soviética em 1992, o mundo passou a viver um período de hegemonia americana. O domínio da maior potência econômica e bélica do planeta era enorme sobre todas as esferas, como poucas vezes na história. Já tivemos o império romano exercendo influência semelhante no passado, e depois a Inglaterra. É essa hegemonia americana que está hoje claramente ameaçada.

Rússia e China querem maior protagonismo e controle, reivindicando um poder político compatível com seus tamanhos territoriais e, no caso chinês, econômico. Putin, uma espécie de novo czar russo, foi forjado na KGB e considerou o fim da URSS uma “catástrofe geopolítica”. Putin é um nacionalista que pretende resgatar a “grandeza da Mãe Rússia”, e a Ucrânia pode ser apenas o começo. O Leste Europeu treme, ainda mais sabendo da impotência ocidental.

Adrilles Jorge resumiu bem a situação: “O Ocidente se enfraqueceu por pautas ridículas de ecochatice, identitarismo histérico, injustiças invisíveis, linguagem neutra etc, enquanto ditadores opressores avançam. O Ocidente virou uma criança mimada e histérica que apanha do valentão ditador e chora pro anjo da guarda”.

Não custa lembrar que a Ucrânia entregou suas armas nucleares num acordo de 1994 intermediado pelos Estados Unidos e Reino Unido com a Rússia, sob a promessa de não agressão. E se a Ucrânia não tivesse abandonado suas armas nucleares? E se Kiev fosse como o Texas e quase todos os cidadãos tivessem fuzis em suas residências? E se o Ocidente não estivesse sob lideranças tão fracas, preocupados em mascarar e trancar todos em suas casas para fugir do vírus chinês?

Se a invasão da Ucrânia pela Rússia não for um despertar para o Ocidente, para mostrar o ridículo de sua falta de senso de prioridades e realismo, então nossa civilização estará condenada mesmo, e nossos filhos e netos conhecerão a liberdade pelos livros, se ainda for possível. Rússia e China estão unidas contra o Ocidente livre. A pandemia foi só o começo. E o Ocidente está só se endividando, discutindo aborto, ideologia de gênero e outras pautas contrárias aos seus valores básicos. Como dar certo?

Enquanto isso, o PT soltou essa nota oficial no dia da invasão russa: “O PT no Senado condena a política de longo prazo dos EUA de agressão à Rússia e de contínua expansão da OTAN em direção às fronteiras russas. Trata-se de política belicosa, que nunca se justificou, dentro dos princípios que regem o Direito Internacional Público”. Alguém surpreso? A Venezuela também apoia a Rússia de Putin.

Os professores esquerdistas sempre demonizaram o “império estadunidense”, mas o mundo sentirá falta da hegemonia americana, pois o que vem em seu lugar é um mundo “multipolar” com regimes nefastos assumindo maior poder e controle. Salve-se quem puder!

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