Diário de São Paulo
Siga-nos
COLUNA

Música e política nas letras da banda Apnea

Música e política nas letras da banda Apnea - Imagem: Divulgação
Música e política nas letras da banda Apnea - Imagem: Divulgação

Marcelo Emerson Publicado em 01/09/2022, às 10h38


Nesta coluna, vamos dar uma pausa na política e escrever sobre música. Será? Lembrando que, de um modo geral, política é a prática de influenciar os rumos tomados pela sociedade.

Vamos pegar o exemplo de duas bandas para entender isso: Ratos de Porão e Apnea. O que ambas têm em comum? O baterista Maurício Boka. O que as diferencia? A proposta musical e as diferentes formas de abordar críticas de tom político e social nas letras.

Boka entrou na bandaRatos de Porão, no início dos anos 90. Ali as críticas assumem forma bem direta, ácida e contundente.

Em 2019, Boka resolveu mandar algumas ideias musicais para um grande amigo Marcus Vinicius (ex-guitarrista da banda Safari Hamburguers). Depois de alguns ensaios, passam a contar com o guitarrista Nando Zambelli (ex-Garage Fuzz) e o baixista Gabriel Imakawa (da banda Jerseys)

Desenvolveram identidade sonora própria, com influências da música dos anos 70 e 90, além do grunge, do heavy metal e do stoner rock, garantindo originalidade ao seu som.

Em setembro a banda lançará um álbum de inéditas, Sea Sound, com qualidade suficiente para estabelecer uma promissora carreira para a banda, inclusive com lançamentos e turnês internacionais.

Este colunista entrevistou Boka e a questão das letras foi abordada. O baterista esclareceu que a banda Apnea também tem posicionamentos políticos, embora as críticas sociais não sejam tão explícitas e duras como aquelas feitas pelas letras de João Gordo na banda Ratos de Porão.

Boka garante que suas letras na banda Apena também demonstram preocupações com questões sociais sensíveis. Como ele afirmou na entrevista: “O disco tem a música “What Future Holds’ que fala sobre como a gente lida com o planeta, com o consumismo, o que o futuro reserva pra gente, que tipo de planeta a minha filha mais nova vai ter quando ela tiver a minha idade. Não deixa de ser uma letra política [...] a letra da música ‘Bus Ride’ é uma reflexão da vida de uma pessoa em cima da luta de classes. Do cara que trabalhou a vida inteira e envelhece e não conseguiu juntar nada materialmente e no fim ele percebe que não teve mudança e está tudo pior”.

Como escrevi no começo desta coluna, tudo pode ser política, na medida em que nossas atitudes individuais causam impacto na vida coletiva.

Compartilhe  

últimas notícias