Por Kleber Carrilho
Redação Publicado em 16/04/2022, às 00h00 - Atualizado às 10h03
Por Kleber Carrilho
É tudo política, Arthur!
Nesta semana, o deputado Arthur do Val, o famoso Mamãe Falei (União Brasil), ficou ainda mais perto da cassação, quando o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou, por unanimidade, o relatório do deputado Delegado Olim (PP). Agora, só falta a decisão do plenário, que deve acontecer nos próximos dias, para que o influencer perca o mandato.
Tem gente que acha a cassação, neste caso, uma pena muito pesada, já que a mesma casa legislativa deu apenas uma suspensão de seis meses a outro membro que assediou sexualmente uma colega no plenário, com imagens que comprovaram o abuso.
Além disso, de acordo com o discurso do acusado, na defesa e nas redes, erros e crimes em todo o Brasil, nos diversos níveis de representação e da administração pública, não resultaram em punição.
Porém, Mamãe Falei já entendeu que o julgamento é, acima de tudo, político. E, com certeza, o que acontece com ele agora é resultado de uma incapacidade de fazer política, de entender que ela precisa de grupo, de capacidade de negociação, de possibilidade de construção de pontes.
Não foi o que ele fez durante todo o mandato. Revestido de uma percepção autocentrada e megalomaníaca de que personificava um grande herói isolado e dono de toda a verdade, apontou o dedo para todos, preferiu a briga à conversa e, como eu sempre digo, “não juntou gente”.
E, como todos sabemos, política é a arte de juntar gente, de organizar pessoas e demandas. Porque, se não for desse jeito, não tem motivo para existirem os ambientes de participação, as casas legislativas e os partidos políticos.
Artur do Val não conseguiu, até agora, ter alguém para defendê-lo na Alesp. Ao contrário, conseguiu juntar partidos adversários, à esquerda, ao centro e à direita, Marina Helou (Rede), Enio Tatto (PT) e o próprio Olim, membros sempre ideologicamente discordantes do Conselho de Ética, estão, neste caso, do mesmo lado.
Portanto, mesmo que tenha a lembrança dos votos dos eleitores (principalmente bolsonaristas) de 2018, milhares de apoiadores nas redes e centenas de jovens do Movimento Brasil Livre no plenário defendendo a sua sobrevivência, não tem jeito, ele dificilmente será absolvido.
E, por mais que você ainda pense que é uma pena injusta, vale lembrar o que diz o título deste texto: é tudo política, inclusive as cassações. Seja de Arthur do Val, de Dilma ou de Collor.
Que, agora, com um possível período de inelegibilidade, ele reflita sobre o próprio papel e sobre o crime que cometeu. E também que compreenda como é importante que, ao se propor a fazer política, se faça política.
Membro do partido Democrata pede que Biden abandone sua candidatura
Governo busca proibir Meta de usar dados de usuários para treinar IA
Manifestantes barram passagem de Bolsonaro em Rodovia no Pará
Ex-mulher de Tim Maia faz revelação bombástica sobre único herdeiro do cantor
VÍDEO: Maíra Cardi ignora comentários e fala sobre "chupar rola" na frente da filha
Norma ISO 7101 chega ao Brasil e estabelece padrões internacionais de qualidade para gestão no setor de saúde
Relatório denuncia o escândalo de clínicas de Limeira que usam autismo como "produto" e faturam alto
São Paulo terá greve de ônibus nesta quarta-feira? Saiba tudo sobre a paralização
PF apreende dois jatinhos e helicóptero em operação contra PCC e tráfico internacional de drogas
Desgaste de Lula: real em queda, popularidade em baixa e avanço da direita preocupam presidente