Diário de São Paulo
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Justiça dá 72 horas para Prefeitura de SP se manifestar sobre cachê de Ludmilla, que fez ‘L’ em show da Virada Cultural

Fernando Holiday entrou com ação e afirma que seria ato político, ligado a Lula. Em resposta ao vereador, cantora afirma que seu nome também começa com a letra 'L'.

LUDMILLA
LUDMILLA

Redação Publicado em 03/06/2022, às 00h00 - Atualizado às 07h45


O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) deu 72 horas para a Prefeitura de São Paulo prestar esclarecimentos sobre o pagamento do show feito pela cantora Ludmilla na Virada Cultural de São Paulo no último domingo (31). A decisão foi tomada pelo juiz Kenichi Koyama, da 15ª Vara da Fazenda Pública nesta quinta-feira (2).

O processo, que pede a suspensão do cachê pago à cantora, foi movido pelo vereador Fernando Holiday (Novo) por ela ter feito, durante o show, a letra “L” com a mão. O gesto, segundo o vereador, é associado à campanha de Lula (PT), pré-candidato à Presidência.

O vereador alega que, com o gesto, a cantora fez campanha política para Lula. Em resposta via redes sociais, a cantora afirmou a Holiday que o seu próprio nome começa com a letra ‘L’. Ludmilla recebeu R$ 222 mil pelo show.

Na ação, o vereador pede que o cachê pela participação no evento não seja pago. Caso já tenha sido pago, ele pede que o dinheiro seja restituído à prefeitura.

Ele diz que o “município promoveu evento com a cantora para promover um evento cultural, entretanto, o evento ficou marcado pela grande manifestação política em favorecimento de um pré-candidato”. Holiday ainda afirma que o telão do show da cantora levava a cor vermelha, do Partido dos Trabalhadores (PT).

No entanto, o Ministério Público, que foi intimado pela Justiça de SP por conta da ação, se manifestou dizendo que não há elementos que corroborem o desvio de finalidade do show.

Na decisão judicial, o juiz que pediu manifestação da Prefeitura de São Paulo não avaliou o mérito da ação, mas determinou que a administração municipal seja intimada “para que apresente manifestação no prazo de 72 horas, nos termos do artigo 1.059 do Código de Processo Civil, garantindo-se, desta forma, o devido processo legal”.

A Secretaria Municipal da Cultura informou que foram investidos cerca de R$ 20 milhões na Virada Cultural de 2022, com a expectativa de movimentar cerca de R$60 milhões na cidade. Em 2019, a prefeitura destinou à Virada um total de R$ 18,8 milhões e, em 2018, R$ 18, 6 milhões.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, informou que “prestará todos os esclarecimentos necessários à Justiça”.

G1
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