Bolsonaro faz passeio de moto com apoiadores no Rio de Janeiro.

O presidente Jair Bolsonaro fez um passeio de moto na manhã deste domingo (23), no Rio de Janeiro, em meio a uma multidão de motociclistas.

A manifestação, que começou na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, e foi até o Aterro do Flamengo, na Zona Sul, contou com a presença de políticos e apoiadores, entre eles o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O percurso foi de cerca de 60 quilômetros.

A concentração dos apoiadores do presidente começou às 8h em um posto de combustíveis da Barra. Grupos de pessoas se aglomeraram no local sem máscara, o que é proibido por decreto no Rio e passível de multa.

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Bolsonaro chegou à cidade de helicóptero, por volta das 9h30, e foi recepcionado pelo governador Cláudio Castro no Parque Olímpico, também na Barra. De lá, seguiu para onde estavam seus apoiadores.

Sem máscara e discurso sobre pandemia

O presidente tocou, conversou e cumprimentou as pessoas sem usar a proteção no rosto, infringindo as normas locais contra a disseminação do coronavírus. Em seguida, de moto e acompanhado pela multidão de motociclistas, saiu em direção ao Monumento dos Pracinhas, no Aterro. O trajeto era feito também por batedores da Polícia Rodoviária Federal, que faziam interdição das vias.

Na chegada ao Aterro, após percorrer os 60 quilômetros, Bolsonaro e outros políticos que o apoiam discursaram em um carro de som. Ao lado do ex-ministro Pazuello, Bolsonaro voltou a dizer que o Brasil está na reta final da pandemia, sem apresentar dados que comprovem isso. Ele não comentou sobre a campanha de vacinação no país, que vem desacelerando.

Nos últimos dias, o Instituto Butantan, que produz a CoronaVac, e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela AstraZeneca, interromperam as suas produções por falta de insumos. As duas vacinas são as únicas do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, produzidas no Brasil.

Manifestações inconstitucionais

A Polícia Miliar informou que foram mobilizadas mais de 20 unidades da corporação, com cerca de 1.000 agentes, para fazer a segurança do evento.

A multidão de motociclistas carregava bandeiras do Brasil e cartazes que incluíam pedidos de intervenção militar e críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Pela Constituição, vigora no Brasil o regime democrático. Portanto, uma intervenção militar seria ilegal. A Constituição também determina que Congresso e STF fazem parte dos poderes da República e devem ter autonomia.

O encontro de Bolsonaro com motociclistas ocorrer três dias após ele dizer em uma transmissão na internet que havia se sentido mal e tomado cloroquina, medicamento sem eficácia contra Covid. O presidente também informou que passou por novo exame e que o resultado foi negativo.

Bolsonaro discursa em carro de som no Aterro do Flamengo — Foto: Pilar Olivares / Reuters

A CPI da Covid está em andamento e busca apurar ações e omissões do governo federal na gestão da pandemia.

No dia 9 de maio, o presidente também fez um passeio de moto com apoiadores em Brasília.

O estado do Rio tinha, até sábado (22), 49.438 mortes e 839.623 casos de Covid-19. Já a taxa de ocupação de leitos Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) no Estado do Rio de Janeiro chega a 84%.

Apoiadores de Bolsonaro se reúnem antes de carreata no Rio de Janeiro — Foto: Pilar Olivares / Reuters

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Fonte: G1