Abuso sexual

Enfermeiro é demitido após denúncia de abuso sexual em hospital de São Paulo

Uma mulher que foi vítima do enfermeiro deu detalhes sobre o abuso sofrido

Enfermeiro é demitido após denúncia de abuso sexual em hospital de São Paulo - Imagem: reprodução TV Globo

Vitória Tedeschi Publicado em 09/09/2022, às 16h18

Um enfermeiro de um hospital municipal de São Paulo, cuja identidade não foi revelada, foi demitido após uma denúncia de abuso sexual contra uma paciente.

O funcionário trabalhava no Hospital Dia Ipiranga Dr. Flávio Giannotti, na zona sul da capital, administrado pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina.

A publicitária Nathalia Caroline Vargas Santos, de 29 anos, conta que depois do abuso sofrido vive com medo e não consegue mais sair de casa desacompanhada do pai ou do noivo há dois meses. Isso porque no dia 7 de julho foi abusada por um enfermeiro quando foi internada para fazer uma cirurgia de retirada de vesícula.

Enfermeiro trabalhava no Hospital Dia Ipiranga Dr. Flávio Giannotti, no bairro do Ipiranga, zona sul de São Paulo / Imagem: reprodução Prefeitura de São Paulo

Em entrevista ao 'Jornal da Record', a vítima contou que estava nua, com braços e pernas amarradas.

Ele começou a me tocar, de forma muito íntima, muito estranha. Parecia que ele estava supervisionando o trabalho das outras pessoas. Ele começou a mexer no lençol e nos meus pés", relembra.

No entanto, apesar de afirmar que outras funcionárias suspeitaram da ação e até atuaram para interrompê-lo, elas não a ajudaram com medo de perder o emprego.

"Elas falavam em um tom assim: 'Para de descobrir a menina, está frio. Fica descobrindo ela à toa? Pra quê?", contou a vítima, que formalizou uma denúncia no mesmo dia contra o funcionário.

Em seguida, ele ainda chegou por trás da vítima e cheirou seu pescoço.

"Quando ele olhou nos meus olhos, eu tinha certeza de que ele estava me abusando", relembra Nathalia com a voz embargada. Ela diz ter ficado em estado de choque, sem conseguir reagir.

Incomodada, uma enfermeira gritou "não mexe mais nela" e o empurrou. O abusador foi retirado da sala e a publicitária seguiu para a cirurgia sedada e intubada.

Quando acordou, duas funcionárias se aproximaram e disseram que também foram abusadas pelo homem. "Elas choraram e me abraçaram." Com medo de represália e possíveis demissões, elas não revelaram a identidade do homem nem detalhes dos episódios.

O caso é investigado pela 2ª DDM (Delegacia de Defesa da Mulher). De acordo com a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) a polícia já solicitou informações ao hospital e realiza demais diligências para esclarecer os fatos.

"Outros detalhes serão preservados por conta da natureza criminal e para garantir autonomia ao trabalho policial", diz comunicado.

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