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Talibãs recusam ajuda dos Estados Unidos no combate ao Estado Islâmico

Os talibãs recusaram qualquer cooperação com os Estados Unidos para conter o Estado Islâmico no Afeganistão, demonstrando uma posição intransigente sobre uma

Talibãs recusam ajuda dos Estados Unidos no combate ao Estado Islâmico
Talibãs recusam ajuda dos Estados Unidos no combate ao Estado Islâmico

Redação Publicado em 10/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 09h59


Talibãs e representantes dos EUA estão reunidos hoje no Qatar

Os talibãs recusaram qualquer cooperação com os Estados Unidos para conter o Estado Islâmico no Afeganistão, demonstrando uma posição intransigente sobre uma questão central antes das primeiras conversações desde que os norte-americanos saíram do país em agosto.Talibãs recusam ajuda dos Estados Unidos no combate ao Estado IslâmicoTalibãs recusam ajuda dos Estados Unidos no combate ao Estado Islâmico

Altos funcionários dos talibãs e representantes dos Estados Unidos estão reunidos neste domingo em Doha, capital do Qatar, sendo que ambos os lados afirmaram que as questões em discussão incluem o controle dos grupos extremistas e a retirada de cidadãos estrangeiros e afegãos do Afeganistão, com os talibãs garantindo que haveria flexibilidade neste processo.

No entanto, o porta-voz político dos talibãs, Suhail Shaheen, informou que não haveria qualquer colaboração com os Estados Unidos para conter o grupo extremista Estado Islâmico, cada vez mais ativo no país e que tem assumido a autoria de atentados recentes, um dos quais a uma mesquita e que matou 46 muçulmanos xiitas, na sexta-feira, na cidade de Kunduz, no norte do país.

“Somos capazes de enfrentar o Daesh sozinhos”, disse Shaheen, quando questionado se os talibãs trabalhariam em conjunto com os Estados Unidos para conter os membros do Estado Islâmico.

O Estado Islâmico tem sido responsável por vários ataques contra os muçulmanos xiitas do país, desde o seu aparecimento no leste do Afeganistão, em 2014. São também vistos como a maior ameaça para os Estados Unidos pela sua capacidade de atacar alvos norte-americanos.

Reunião em Doha

As reuniões em Doha são as primeiras entre forças talibãs e norte-americanas desde que os Estados Unidos abandonaram o Afeganistão, em agosto, apesar de os Estados Unidos terem afirmado que não são um primeiro passo para o reconhecimento do novo governo.

As conversações surgem também depois de dois dias de difíceis discussões entre as autoridades paquistanesas e a vice-secretária de Estado norte-americana, Wendy Sherman, em Islamabad, sobre o Afeganistão.

O Paquistão apelou aos Estados Unidos para que façam um esforço de aproximação aos novos governantes do Afeganistão e pediu que libertassem milhões de dólares em fundos internacionais para evitar o colapso econômico do país.

No decorrer das conversações em Doha, os EUA vão também tentar que os talibãs cumpram o compromisso de autorizar que cidadãos norte-americanos e outros estrangeiros deixem o Afeganistão, além de afegãos que trabalharam com as forças norte-americanas ou outros aliados afegãos, segundo um oficial norte-americano.

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Agencia Brasil

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