Cinco advogados, três mulheres e dois homens, de Birigui (SP) e Mirandópolis (SP), foram presos por suposta ligação com uma facção criminosa que atua dentro e
Redação Publicado em 22/11/2016, às 00h00 - Atualizado às 10h21
Cinco advogados, três mulheres e dois homens, de Birigui (SP) e Mirandópolis (SP), foram presos por suposta ligação com uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios paulistas na manhã desta terça-feira (22). Eles foram alvos de mandados de prisão e de busca e apreensão do Ministério Público Estadual (MPE) e da Polícia Civil durante a operação estadual, denominada Ethos, para prender advogados ligados a facções criminosas.
Vários documentos e processos também foram apreendidos e serão periciados. Após serem ouvidos, os cinco suspeitos serão encaminhados para penitenciárias da região.
A operação já cumpriu pelo menos 30 dos 41 mandados de prisão na Capital e no Interior de São Paulo. Segundo a polícia, os advogados são suspeitos de movimentar o dinheiro do crime organizado em suas contas bancárias e ainda de ajudar a criar uma espécie de banco de dados com os nomes e endereços de agentes penitenciários e de seus parentes para serem mortos.
A investigação começou em Presidente Prudente (SP), onde estão dois presídios de segurança máxima. Segundo o Ministério Público, as investigações começaram após informações reveladas em uma carta interceptada por agentes da Penitenciária “Maurício Henrique Guimarães Pereira”, a P2 de Presidente Venceslau, em 11 de maio de 2015, durante procedimento de varredura de rotina.
Segundo a Polícia Civil, os envolvidos nos crimes tinham uma célula denominada “sintonia dos gravatas” – modo como é tratado o departamento jurídico da facção criminosa – criada inicialmente para prestação de serviços exclusivamente jurídicos aos líderes da “sintonia final geral” ou “conselho deliberativo”, que são os chefes da organização ilícita.
Ainda durante as investigações, foi constatado que advogados, por meio de pagamento de propina a pessoas envolvidas em órgãos do Estado, visavam concretizar o objetivo da facção criminosa, que seria o financiamento e controle de agentes públicos e colaboradores, característica primordial da definição de crime organizado.
A ação, realizada no Estado, conta com 159 delegados, 459 policiais civis, 65 promotores e 167 viaturas.
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