O processo causa uma abrasão química controlada até a derme da face
Thais Bueno Publicado em 19/01/2023, às 17h01
O peeling de fenol profundo é um dos procedimentos de estética não cirúrgicos que tem muita procura por conta do resultado que traz na questão do rejuvenescimento facial.
O processo, que é um tanto quanto agressivo, causa uma abrasão química controlada até a derme da pele da face, estimulando uma descamação que, quando completa, praticamente cria uma nova pele com menos rugas, manchas, cicatrizes e flacidez.
A técnica é antiga, usada em algumas cirurgias desde o século XIX. A descamação, que faz surgir uma pele praticamente nova, chamou muito a atenção dos profissionais, que procuraram aperfeiçoar a prática a partir do século XX.
O peeling de fenol voltou à tona, recentemente, por conta de alguns vídeos de antes e depois publicados nas redes sociais.
Embora o período de recuperação do processo agressivo seja demorado, o resultado impressiona. Em entrevista ao UOL, a advogada Soraya Missiato, de 58 anos, que realizou o procedimento em 2020, comentou: "Fiquei bem feia, como uma monstra. A minha filha chorou quando me viu. Mas é maravilhoso".
Algum tempo atrás, um vídeo de antes e depois do peeling de fenol da gaúcha Regina Lucia Sganzerla de Boni, de 67 anos, bombou no TikTok. Também em bate-papo com o UOL, ela afirmou que "nem com 30 anos se sentiu tão bonita".
"Não precisei ficar sem falar, mas tinha que evitar abrir muito a boca. Um dos cuidados que tive foi manter a pele bastante hidratada, conforme orientação da médica. Para dormir, foi muito tranquilo, apenas evitei colocar o rosto em contato com o travesseiro. Tomava banho normal, sem molhar o rosto. Não fica cheiro, nem tive dor ou desconforto".
No entanto, apesar de algumas pessoas terem tido ótimas experiências com o procedimento estético, outras não se deram tão bem - seja por causa de profissionais não qualificados, processos realizados em locais incorretos ou até mesmo sem a preparação ideal e monitoramento.
Denise Atta, de 40 anos, é técnica de celulares. Segundo o UOL, ouviu de um profissional que realizar a técnica seria a única saída para suas marcas de acne e aceitou realizar o processo na clínica. "Não realizaria novamente nem se me dessem R$1 milhão".
"Foi a pior experiência da minha vida e a pior dor que já senti: sofri um pico de arritmia e na maca e desmaiei de dor". Por conta disso, ela ficou traumatizada e até hoje não tem medo de qualquer procedimento estético.
Renato Alvarenga, técnico de enfermagem de 38 anos, realizou o processo três vezes para melhorar as marcas de acne cística, mas disse que não valeu a pena e não voltaria a fazer o peeling de fenol.
"Não valeu a pena, pois o resultado foi mínimo para o meu caso. As cicatrizes amenizaram de forma muito medíocre e o procedimento tem um custo elevado". Para o rosto inteiro, o valor pode variar entre R$10 mil e R$30 mil. Para áreas específicas, gira em torno de R$7.000 e R$12 mil.
É muito importante que o processo seja realizado por um médico capacitado para tal, além de monitoramento em hospital ou centro cirúrgico. Isso porque o fenol, em excesso, pode afetar coração, rins e fígado.
O acompanhamento do pós-operatório pelo dermatologista ou cirurgião plástico também é necessário para evitar possíveis complicações.
O processo de recuperação inicial dura em torno de 15 dias. Próximo ao fim do processo, a pele começa a cicatrizar e ganha o aspecto de queimadura.
A crosta formada sai por volta do oitavo dia de recuperação e, então, surge uma pele nova e ainda rosada - aspecto que desaparece depois de três meses.
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