A variante se propagou por regiões como Europa, Américas, Ásia e Oceania
Gabriela Thier Publicado em 13/10/2024, às 15h56
Uma nova linhagem do vírus Sars-CoV-2, designada XEC e pertencente à variante Ômicron, foi identificada no Brasil. Esta descoberta ocorreu em três estados: Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina, conforme relatado por especialistas.
A primeira identificação da linhagem XEC no Brasil foi realizada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), que analisou amostras de dois pacientes diagnosticados com Covid-19 na cidade do Rio de Janeiro em setembro. Este trabalho foi conduzido pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do IOC, uma entidade que opera como referência para o Sars-CoV-2 junto ao Ministério da Saúde e à Organização Mundial da Saúde (OMS).
Após a confirmação da presença dessa linhagem, as autoridades sanitárias brasileiras, incluindo o Ministério da Saúde e as secretarias de saúde estadual e municipal do Rio de Janeiro, foram notificadas imediatamente. As sequências genéticas obtidas foram registradas na plataforma internacional Gisaid em 26 de setembro e 7 de outubro. Subsequentemente, outros pesquisadores contribuíram com informações sobre genomas da linhagem XEC provenientes de amostras coletadas em São Paulo, em agosto, e em Santa Catarina, em setembro.
Em termos de vigilância epidemiológica, a OMS classificou a XEC como uma variante sob monitoramento em 24 de setembro. Tal classificação é atribuída quando há suspeita de que mutações específicas possam influenciar o comportamento do vírus e indícios preliminares sugerem uma vantagem competitiva sobre outras variantes prevalentes. A atenção para esta variante começou a aumentar entre junho e julho de 2024, após um crescimento significativo dos casos na Alemanha. Desde então, a XEC se propagou rapidamente por regiões como Europa, Américas, Ásia e Oceania, com mais de 2.400 sequências genéticas reportadas na Gisaid até 10 de outubro.
Investigações científicas apontam que a linhagem XEC emergiu através da recombinação genética entre cepas virais pré-existentes. Este processo ocorre quando um indivíduo é simultaneamente infectado por duas linhagens distintas do vírus, possibilitando a fusão dos seus genomas durante a replicação viral. O genoma da XEC contém segmentos das linhagens KS.1.1 e KP.3.3, além de mutações adicionais que podem favorecer sua propagação.
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