Diário de São Paulo
Siga-nos
Piracicaba

Piracicaba 255 anos: veja quatro pontos no início do século XX que refletem o desenvolvimento econômico da cidade

Imagens retratam o antes e depois da Ponte do Mirante, Rua Boa Morte, Rua do Comércio e o matadouro municipal. Locais refletem o desenvolvimento do comércio e da economia na virada do século XX.

Piracicaba 255 anos: veja quatro pontos no início do século XX que refletem o desenvolvimento econômico da cidade - Imagem: reprodução grupo bom dia
Piracicaba 255 anos: veja quatro pontos no início do século XX que refletem o desenvolvimento econômico da cidade - Imagem: reprodução grupo bom dia

G1 Publicado em 28/08/2022, às 12h26


Conhecida por nomes como “Atenas Paulista” e “Florença Brasileira”, a antiga Vila Nova de Constituição, ou atualmente, Piracicaba (SP) completou 255 anos em 1º de agosto de 2022. No mês de aniversário da cidade, o g1 Piracicaba mostra em imagens as mudanças causadas pela urbanização em quatro pontos que refletem o desenvolvimento do comércio e da economia na virada do século XX.

De freguesia à sétima maior região metropolitana do estado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), três décadas - 1870, 1880 e 1890 - definiram o crescimento econômico e populacional de Piracicaba para o início do século XX, segundo o professor e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba (IHGP), Maurício Fernando Stenico Beraldo.

“Considero estas três décadas as mais importantes no início do desenvolvimento da cidade. Na virada do século, por exemplo, a cidade consegue se industrializar com fábricas, como o Engenho, que foi vendido pelo Barão de Rezende a um grupo francês e produziu grandes quantidades de açúcar, além da metalurgia e do comércio”, comenta.

Quatro pontos da cidade são exemplo da transformação que Piracicaba passou em mais de 100 anos a nível econômico e de crescimento urbano. Veja abaixo o antes e depois:

Rua do Comércio

O primeiro ponto é a Rua do Comércio, que atualmente leva o nome de Governador Pedro de Toledo. A rua é uma das primeiras da cidade e, segundo o historiador, ela já constava no primeiro mapa oficial do município, em 1823.

Ela passou por vários nomes, de João Pessoa, governador da Paraíba assassinado, a Pedro de Toledo, em homenagem ao governador de São Paulo durante a revolução de 1932.

“É uma das primeiras ruas da cidade, quando começaram a povoar o lado esquerdo do rio. Como a Matriz foi a construção de referência, delimitaram as ruas que seriam paralelas ou perpendiculares, e ela foi um exemplo disso, foi planejada. Sempre foi uma rua com vocação para o comércio. As residências, aos poucos, foram sumindo e dando lugar a ele, com lojas de tabaco, chapéu, armazéns", conta.

Atualmente, a rua, que fica bem no Centro da cidade, continua sendo uma das principais no município para o comércio e outras atividades econômicas, com pequenos e médios empreendimentos voltados a bens de consumo.

Matadouro municipal

O matadouro teve sua construção finalizada em 1912, passando por reformulações ao longo do tempo, sendo inaugurado em 1913. Ele foi idealizado, segundo Maurício, para solucionar o problema do matadouro antigo, que era localizado às margens do córrego Itapeva, no início da Rua do Rosário.

“O matadouro era muito precário, cheiro forte, contaminação das águas e outros problemas relacionados a higiene. O matadouro municipal, hoje no bairro Algodoal, foi desenvolvido na época com as melhores tecnologias de abate e higienização, sendo referência no Brasil, além de ser um prédio muito bonito.”

Matadouro Municipal no início do século XX — Foto: Instituto Histórico e Geográfico em Piracicaba
Matadouro Municipal no início do século XX 

Atualmente o matadouro é tombado como patrimônio municipal pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural (Codepac), sendo sede da Empresa Municipal de Desenvolvimento Habitacional de Piracicaba e parte da Secretaria Municipal de Obras.

Rua Boa Morte

A Rua Boa Morte, no Centro, que passa ao lado do Mercado Municipal, também é uma das primeiras ruas do município, constando no primeiro mapa oficial em 1823. Apesar do nome, que gera estranheza, a rua em si homenageia a Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte.

A igreja foi idealizada por Miguel Arcanjo Benício da Assunção Dutra, conhecido por Miguelzinho Dutra, pintor e decorador de igrejas na época.

“Também existe a história do cemitério, na qual as pessoas saíam da Igreja da Matriz, subindo a rua, para ser enterradas na Boa Morte. Até hoje a rua permanece com esse nome, mesclando residências e o comércio”, conta o historiador.

Ponte do Mirante

As pontes em Piracicaba, até o século XIX, segundo Maurício, sempre foram um problema, seja pelo material utilizado ou pela sua estrutura mal planejada. Em toda época de chuva, as pontes se degradavam ao ponto de cair.

A Ponte do Mirante foi construída em 1875 e tem pilares de pedra, passando por modificações ao longo dos anos. Foi a primeira ponte de concreto armado do Brasil, sendo idealizada pelos irmãos André e Antônio Rebouças, dois engenheiros negros.

“Foi a primeira ponte de concreto armado do Brasil, e o diferencial é que foi idealizada em tempos de escravidão por dois engenheiros negros, algo quase inimaginável para a época”, pontua.

Festa do Divino em 1907, na Rua do Porto em Piracicaba — Foto: Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba
Festa do Divino em 1907, na Rua do Porto em Piracicaba
Compartilhe  

últimas notícias