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Morte de três pacientes por falta de oxigênio em AME de Santo André, na Grande SP, ocorreu por falha de sistema ‘backup’

Um problema no sistema de oxigênio no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Santo André, na Grande São Paulo, provocou a morte de três pacientes na

Morte de três pacientes por falta de oxigênio em AME de Santo André, na Grande SP, ocorreu por falha de sistema ‘backup’
Morte de três pacientes por falta de oxigênio em AME de Santo André, na Grande SP, ocorreu por falha de sistema ‘backup’

Redação Publicado em 02/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 07h54


Um problema no sistema de oxigênio no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Santo André, na Grande São Paulo, provocou a morte de três pacientes na manhã desta terça-feira (1°). De acordo com a direção do hospital, uma falha de comunicação entre os sistemas de “backup” provocou a interrupção no fornecimento de oxigênio da unidade.

Há dez dias, a AME Santo André é abastecida por uma usina de oxigênio com capacidade pra fornecer o gás para 23 leitos. Segundo a direção do hospital, a usina tem dois “backups”, mecanismos que deveriam garantir a produção de oxigênio mesmo em caso de pane elétrica.

O primeiro sistema de “backup” é uma bateria de cilindros de oxigênio. Se esse sistema falhar, o próprio tanque de oxigênio do hospital entra em ação, com capacidade para manter cerca de 20 pacientes por até 24 horas, até que a usina seja reparada.

No entanto, segundo os responsáveis pela unidade, a comunicação entre estes sistemas não funcionou e, por conta disso, faltou oxigênio na UTI para os pacientes em estado grave.

A Fundação do ABC, organização contratada pelo governo estadual para administrar a unidade, abriu sindicância para apurar exatamente qual foi a falha técnica e de quem é a responsabilidade.

“Já foi contatado tanto a parte da usina quanto a parte de elétrica. Os envolvidos na instalação desta usina e seus complementos foram todos acionados e estão sendo apuradas as causas agora”, disse o diretor da unidade, Manoel Miranda.

As vítimas são uma senhora de 81 anos, uma mulher de 41 anos e um homem também de 41 anos. Todos eles estavam internados com Covid na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Wanessa Disselli, de 41 anos, estava intubada em estado grave no hospital de campanha que foi montado, em abril, no quarto andar da AME.

“Minha irmã era uma pessoa que tinha ainda uma vida toda pela frente. 41 anos. Então é muito difícil”, diz Priscila Félix Disselli, irmã da vítima.

A dona Albertina, com 81 anos, foi a vítima mais velha. Ela estava intubada e havia acabado de ser transferida para a unidade, onde morreu horas depois.

“Eu estou revoltada. A minha dor se transformou em revolta. Eu cresci com a minha avó, moramos na mesma casa até o dia que ela foi internada. E tiraram a minha avó de mim”, disse a neta da vítima, Maeli Lorraine Ferreira de Lima.

A Secretaria da Saúde afirma que determinou que a Fundação do ABC afaste temporariamente os eventuais responsáveis até que os fatos sejam apurados.

Ainda de acordo com a gestão estadual, a manutenção da usina de oxigênio foi realizada e o serviço reestabelecido.

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G1
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