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Doação de Sangue

Dia Nacional do Doador de Sangue: veja como doar e salvar vidas

A data foi criada pela OMS em 2004 e visa sensibilizar e aumentar o número de doadores no mundo

Dia Nacional do Doador de Sangue: veja como doar e salvar vidas - Imagem: reprodução Freepik
Dia Nacional do Doador de Sangue: veja como doar e salvar vidas - Imagem: reprodução Freepik

Vitória Tedeschi Publicado em 22/11/2022, às 19h10


Nesta sexta-feira, 25 de novembro, comemora-se o Dia Nacional do Doador de Sangue.

A data foi criada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2004, para sensibilizar a população sobre a importância da doação regular, considerando que apenas 1,8% dos brasileiros doam sangue e, destes, 34% doam apenas quando um parente ou conhecido precisa.

Já o mês de novembro foi escolhido porque antecede, justamente, uma época em que as doações diminuem. Isso porque precede um período de estoques baixos nos bancos de sangue, pela proximidade das férias, de datas comemorativas de fim de ano, Carnaval e outros períodos de feriados prolongados.

No entanto, apesar de diversos eventos competirem com a agenda dos doadores, a necessidade de transfusões não para, pelo contrário, só aumenta.

Dessa forma, o que torna esse dia especialmente importante é lembrar e promover o ato solidário e regular da doação de sangue, independente de se conhecer ou não pacientes que necessitam de transfusão.

É este pensamento que Giovanna Politano, de 24 anos, leva a cada vez que pratica o ato. Doadora frequente, a contadora lembra que começou a doar quando soube que a ação poderia, além de tudo, ajudar a conseguir horas complementares para se formar na faculdade.

No entanto, foi a história de uma criança com leucemia, que frenquentava a mesma igreja que ela e seus pais, e estava precisando de doações, que realmente fez com que ela começasse a praticar o ato.

"A gente ficou sabendo por um grupo da igreja que ela precisava urgente de doadores. E aí, eu e minha mãe nos sensibilizamos bastante, não só pelas horas complementares, foi um incentivo a mais pra gente ver realmente a importância daquilo", conta.

Giovanna também afirma que nunca havia pensado na possibilidade de doar sangue antes, e que isso era uma ideia muito distante. Já sua mãe, Valéria Politano, de 53 anos, conta que sempre teve o desejo de doar sangue, mas que nunca havia feito.

"Na época que eu era moça, meus pais diziam que não era muito bom doar sangue, então isso criou um tabu dentro de mim. Eu obedeci e assim foi. Mas quando surgiu isso da Giovanna na faculdade, só reacendeu uma chama dentro de mim", afirma.

Ela conta também que doar sangue pra elas é um ato de amor e de vida, e que ela se sente plena e aproveita para meditar sobre a importância daquele momento, que leva tão pouco tempo, mas ajuda várias vidas (1 bolsa de sangue pode salvar até 4 vidas).

As duas ainda afirmam que acreditam que o ato da doação é algo poderoso e que o momento da doação também é muito especial para a conexão delas entre mãe e filha.

"Todas as vezes que nós vamos, nós vamos juntas e é um dia especial. Porque nos toca saber que nós estamos em um hospital, saber que tem pessoas precisando da vida e nós estamos ali fazendo a nossa parte", desabafa Valéria.

Apesar de existirem muitos doadores, assim como elas, o hábito de doar ainda precisa ser instaurado no Brasil. Isso porque, como citado mais acima, atualmente, são coletadas no país, cerca de 3,6 milhões de bolsas/ano, o que corresponde ao índice de 1,8% da população doando sangue.

Embora o percentual esteja dentro dos parâmetros da OMS, o Ministério da Saúde segue trabalhando para aumentar este índice. O Ministério da Saúde reduziu a idade mínima de 18 para 16 anos (com autorização do responsável) e aumentou de 67 para 69 anos a idade máxima para doação de sangue no País.

Veja abaixo as principais dúvidas sobre a doação de sangue e como começar a fazer parte desta data tão importante: o Dia Nacional do Doador de Sangue.

Como doar sangue?

Para doar sangue, basta procurar as unidades de coleta de sangue, como os Hemocentros, para checar se você atende aos requisitos necessários para a doação. Existem impedimentos temporários e também impedimentos definitivos (confira abaixo).

Além disso, para saber o local mais próximo para realizar doação, clique aqui e filtre por CEP e Estado.

Quem pode e como faz para doar?

  • Ter idade entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 anos devem possuir consentimento formal do responsável legal); Pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos.
  • Apresentar documento de identificação com foto emitido por órgão oficial (Carteira de Identidade, Carteira Nacional de Habilitação, Carteira de Trabalho, Passaporte, Registro Nacional de Estrangeiro, Certificado de Reservista e Carteira Profissional emitida por classe), serão aceitos documentos digitais com foto.
  • Pesar no mínimo 50 kg.
  • Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas.
  • Estar alimentado. Evitar alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação de sangue. Caso seja após o almoço, aguardar 2 horas.
  • Pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos.
  • A frequência máxima é de quatro doações de sangue anuais para o homem e de três doações de sangue anuais para as mulheres.
  • O intervalo mínimo entre uma doação de sangue e outra é de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.

Quem está impedido definitivamente de doar sangue?

  • Ter passado por um quadro de hepatite após os 11 anos de idade;
  • Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas ao vírus HTLV I e II e Doenças de Chagas;
  • Uso de drogas ilícitas injetáveis;
  • Malária.

Quem está impedido temporariamente de doar sangue?

  • Gripe, resfriado e febre: aguardar 7 dias após o desaparecimento dos sintomas;
  • Período gestacional;
  • Período pós-gravidez: 90 dias para parto normal e 180 dias para cesariana;
  • Amamentação: até 12 meses após o parto;
  • Ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação;
  • Tatuagem e/ou piercing nos últimos 12 meses (piercing em cavidade oral ou região genital impedem a doação);
  • Extração dentária: 72 horas;
  • Apendicite, hérnia, amigdalectomia, varizes: 3 meses;
  • Colecistectomia, histerectomia, nefrectomia, redução de fraturas, politraumatismos sem seqüelas graves, tireoidectomia, colectomia:
  • 6 meses;
  • Transfusão de sangue: 1 ano;
  • Vacinação: o tempo de impedimento varia de acordo com o tipo de vacina;
  • Exames/procedimentos com utilização de endoscópio nos últimos
    6 meses;
  • Ter sido exposto a situações de risco acrescido para infecções sexualmente transmissíveis (aguardar 12 meses após a exposição).
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