Um dos 24.502 candidatos inscritos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018 em Campinas (SP), Álvaro Lopes Moscatelli Pagliarini, de 17 anos, encara
Redação Publicado em 03/11/2018, às 00h00 - Atualizado às 09h24
Um dos 24.502 candidatos inscritos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018 em Campinas (SP), Álvaro Lopes Moscatelli Pagliarini, de 17 anos, encara o processo com a sensação de que o maior desafio de sua vida, até então, já foi superado. Diagnosticado com leucemia linfoblástica aguda aos 13 anos, conta que a experiência mudou seus planos e a luta para ingressar no ensino superior virou um projeto de vida: estudar psicologia e ajudar outras pessoas que têm de lidar com o câncer.
“Quando você passa por uma situação de quase morte, não pode ignorar. Ao me curar, superei algo que milhões não conseguiram. É como se tivesse ido a uma barreira que outras pessoas não podem ir. E essa experiência eu posso levar às pessoas. Quero tentar mudar a vida de quem eu puder mudar”, afirma.
Pagliarini transmite no discurso maturidade e esperança. Lembra os desafios de enfrentar sessões de quimio, as dores e medos que iam além das descobertas naturais da adolescência. “Apesar de todos os cuidados e limitações do tratamento, eu vivi, estudei, me diverti. Mas também percebi que há uma lacuna entre a linguagem que é usada com pacientes, infantil ou muito técnica. Não há um meio termo. Sinto que posso trabalhar com adolescentes”, diz.
Na cabeceira da cama ainda há uma pilha de livros sobre a leucemia. Devorou conhecimento sobre o câncer enquanto o enfrentava, e o jovem quer ir além para mudar vidas.
“Você tem que ter uma noção do que vai passar, o que a doença e o tratamento podem lhe causar, mas precisa ter o psicológico forte. Você só vai melhorar se estiver tranquilo, com apoio. Você aprende dar valor às pessoas. Meus pais, minha família e meus amigos foram essenciais para eu chegar aqui”, ressalta.
“Tenho dimensão de como o tratamento é complexo e não tenho o porquê guardar só para mim. Quero fazer o bem para as pessoas, nem que seja com minha história como inspiração”, afirma Álvaro.
O jovem conciliou os estudos, do final do ensino fundamental e boa parte do ensino médio, com o tratamento no Centro Infantil Boldrini, de Campinas. Para quem enfrentou tais desafios, as provas do Enem “já não assustam”.
“Eu encaro diferente. Muita gente sofre com a pressão, o sonho de entrar no ensino superior. Meu sonho já vai além disso. Já venci uma doença que não é todo mundo que consegue”, avisa.
Concluindo o ensino médio em uma escola particular de Campinas, ele conta com o apoio de bolsa de estudos que acabou “turbinada” por causa do tratamento contra o câncer. “Fui bem na prova de bolsa, mas meu pai também foi conversar com o diretor e conseguiu o aumento na bolsa”, conta.
E depois de tanto esforço conjunto, a família é só apoio ao projeto de Álvaro. Gilberto, de 52 anos, e Luciana, de 55, estão na torcida para que o Enem seja só mais um degrau que o filho irá superar ao longo da vida.
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