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CÂNCER

Vacina contra o câncer de pulmão começa a ser testada e gera esperança

Médicos começam a testar vacina contra o câncer de pulmão que promete eficácia superior à quimioterapia

Tratamento promete ser mais preciso e menos agressivo para pacientes em estágio avançado da doença - Imagem: Reprodução / Freepik
Tratamento promete ser mais preciso e menos agressivo para pacientes em estágio avançado da doença - Imagem: Reprodução / Freepik

Sabrina Oliveira Publicado em 23/08/2024, às 12h00


O Reino Unido deu um passo significativo na luta contra o câncer de pulmão ao iniciar testes com a primeira vacina experimental contra a doença. Desenvolvida pela BioNTech, a vacina BNT116 utiliza a avançada tecnologia de mRNA, a mesma que foi eficaz na luta contra a Covid-19, para direcionar o sistema imunológico a identificar e destruir células cancerígenas.

O primeiro paciente a participar do ensaio clínico é Janusz Racz, de 67 anos, que sofre de câncer de pulmão. Ele recebeu uma série de seis injeções da vacina BNT116 em uma sessão de 30 minutos no Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde do UCLH Clinical Research Facility. O tratamento inovador é projetado para "ensinar" cinco bilhões de células do sistema imunológico a reconhecer e atacar células cancerígenas, sem causar os danos colaterais frequentemente associados à quimioterapia.

"É indolor e muito melhor do que a quimioterapia, que para mim foi muito difícil", disse Racz, citado na Sky News, expressando esperança de que a vacina possa oferecer uma nova chance a ele e a muitos outros pacientes no futuro. Cerca de 130 pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas estão prontos para participar desta fase inicial do estudo.

Os testes são realizados em colaboração com seis hospitais no Reino Unido e abrangem um estudo de fase 1 que inclui 34 centros de pesquisa em sete países. O câncer de pulmão é atualmente a principal causa de mortes por câncer em todo o mundo, e os pesquisadores acreditam que este novo tratamento pode mudar essa realidade.

Segundo o oncologista Siow Ming Lee, do University College London Hospitals NHS Foundation Trust, que lidera o estudo, a tecnologia de mRNA representa a "próxima grande fase" no tratamento do câncer de pulmão. "Estamos muito esperançosos com esta vacina, que, além de proporcionar uma imunoterapia, pode oferecer um reforço extra na luta contra o câncer", afirmou Lee, citado na revista britânica The Guardian.

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