Em depoimento à CPI da Prevent Senior na Câmara de São Paulo, o coordenador da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), Jorge Venâncio, disse nesta
Redação Publicado em 21/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h08
Em depoimento à CPI da Prevent Senior na Câmara de São Paulo, o coordenador da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), Jorge Venâncio, disse nesta sexta-feira (21) que há indício de fraude científica em um estudo sobre hidroxicloroquina em associação com a azitromicina realizado pela operadora de saúde.
O estudo, com mais de 600 pessoas, recebeu aprovação do Conselho de Ética para sua realização no dia 14 de abril de 2020.
Apenas três dias depois da aprovação, foi publicado um pré-print com resultados preliminares do estudo. “É materialmente impossível alguém fazer uma pesquisa com 600 pessoas em três dias, e ainda escrever o resultado. É claro que a pesquisa já estava feita anteriormente”, afirmou Venâncio.
Com isso, o conselho suspendeu a pesquisa e convocou o pesquisador responsável, Rafael de Souza da Silva para uma audiência. Segundo o coordenador do Conep, Rafael e outros representantes da Prevent afirmaram que houve um “equívoco” e que o estudo publicado não se tratava do que tinha sido aprovado três dias antes pelo conselho.
“Nós não aceitamos as justificativas deles, e transformamos a suspensão em definitiva e fizemos uma representação ao Ministério Público Federal, que abriu um inquérito aqui em São Paulo”, disse Venâncio.
O coordenador contou que, desde o começo da pandemia, foram abertos apenas três processos no MPF pelo Conselho de Ética. Este do estudo da Prevent foi o primeiro.
O segundo foi uma investigação sobre cloroquina inalável em Manaus, no Amazonas. E o terceiro, e mais grave, de acordo com o coordenador, foi uma pesquisa com proxalutamida que pode ter levado a morte de 200 pessoas.
Jorge Venâncio também afirmou que o Conep chegou a receber uma denúncia anônima de uso de ozonioterapia dentro da Prevent Senior nos últimos meses. “O prontuário que nos foi encaminhado dizia que era um uso compasssivo, que não é pesquisa. É atendimento. Então, era um assunto que não era da nossa alçada e encaminhamos à denúncia aos órgãos competentes do Conselho Federal de Medicina, que nos informou que remeteu o caso para o Conselho Regional de Medicina aqui de São Paulo para abrir investigação sobre o caso”.
De acordo com ele, apesar do encaminhamento, o uso da ozonioterapia no Brasil só pode ser feito dentro do ambiente de pesquisa, autorizados pelo Conep, segundo resolução do próprio Conselho Federal de Medicina.
Em seu depoimento, o coordenador também falou sobre sobre os caminhos para que uma pesquisa clínica seja feita no Brasil dentro dos parâmetros éticos do Conselho Nacional de Saúde (CNS), órgão que o Conep é subordinado, apesar de sua independência. Venâncio é médico formado pela UFRJ, no Rio de Janeiro, e está na coordenação do Conep há oito anos.
Nesta sexta, a Câmara também ouve o depoimento da advogada Bruno Morato, que representa 12 médicos que trabalhavam na operadora de saúde durante a pandemia e deixaram a empresa.
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