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O que deve ser evitado no início do discurso

O que deve ser evitado no início do discurso - Imagem: Freepik
O que deve ser evitado no início do discurso - Imagem: Freepik
Reinaldo Polito

por Reinaldo Polito

Publicado em 30/07/2023, às 06h06


Os instantes iniciais do discurso podem ser fundamentais para o sucesso da apresentação. Se o orador começar mal, terá dificuldade para se recuperar na sequência.

Por isso, ser simpático, demonstrar humildade e competência nos primeiros momentos diante do público são requisitos essenciais para que o orador conquiste os ouvintes em quase todas as circunstâncias.

Alguns estudos mostram a relevância dos instantes iniciais à frente da plateia. As pesquisas realizadas na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, em 2006, pelos psicólogos Alexander Todorov e Janine Willis, por exemplo, concluem que o tempo para deixar ou não as pessoas bem-impressionadas é de sete segundos. Depois dessa primeira impressão, o orador terá até quatro minutos para confirmar ou mudar a opinião do público a seu respeito e sobre a mensagem que irá transmitir.

Portanto, não se pode no início do discurso “pisar com o pé esquerdo”. Se soubermos o que deve ser evitado, já será um bom caminho para sermos bem-sucedidos.

Vamos analisar o que não é recomendável fazer na introdução do discurso. Cabe aqui ressalvar, todavia, que a regra não deve ser tomada sempre ao pé da letra. Em certas circunstâncias, mesmo algumas atitudes sendo desaconselháveis, ela pode ser desconsiderada.

Evite contar piadas

O início da apresentação, quase sempre, é o momento de maior desconforto para o orador. Se a pessoa, com essa insegurança, começar contando uma piada e os ouvintes não acharem graça, ficará ainda mais desconcertada.

Alguns argumentam não ter esse receio porque têm certeza de que a piada é muito boa. Em certas ocasiões, pode ser ainda pior, pois geralmente as boas são muito conhecidas. Por não ser novidade, as pessoas não riem, e quem está diante do público corre o risco de ficar ainda mais desestabilizado.

A piada é um bom recurso de comunicação, mas, de preferência, deve ser contada depois, lá para o meio da fala, quando o orador e os ouvintes já estiverem mais à vontade.

Se, entretanto, a piada for engraçada, inédita, e guardar interdependência com o restante da mensagem, poderá ser um ótimo recurso para a introdução. Agora, onde encontrar uma piada com essas características tão positivas? É muito difícil.

O que se recomenda no lugar da piada é o fato bem-humorado. Neste caso, o orador exagera algum acontecimento que tenha observado no ambiente e o transforma em fato bem-humorado. Se os ouvintes rirem, terá conquistado um grande tento, pois a plateia tenderá a prestar mais atenção. Se não rirem, não haverá problema, já que, nascido espontaneamente diante das pessoas, não havia por parte do orador, como no caso da piada, a obrigação de ser engraçado.

Pedir desculpas

São dois tipos de desculpas que devem ser evitados: por problemas físicos e pela falta de preparo adequado para falar sobre o assunto. O orador não ganharia nada se desculpando por estar rouco, resfriado, gripado. Chamaria a atenção desnecessariamente para aspectos negativos da sua condição física. Se a sua mensagem tiver qualidade, talvez nem notem essa fragilidade.

Se a pessoa não conhecer o assunto, é preferível que não fale. Se, em todo caso, mesmo assim, for obrigada a fazer a apresentação sobre o tema, não deve revelar seu despreparo para abordar a matéria. Os ouvintes ficam resistentes com relação ao orador quando desconfiam da sua autoridade para tratar do assunto. Se ele revelar que não tem qualificação para se apresentar, o público poderá ficar ainda mais na defensiva.

Tomar partido sobre assuntos polêmicos

Se o orador iniciar dando sua opinião a respeito de um tema controverso, conquistará a simpatia daqueles que pensam como ele, mas levantará ainda mais a resistência de quem tem opinião diversa da sua. E que são as pessoas a serem conquistadas. Prejudicará assim sua tarefa de trazer para o seu lado esses ouvintes que precisam ser convencidos.

Por mais diferentes que sejam as opiniões, sempre será possível identificar informaçõescomuns com todos os ouvintes. A estratégia deve ser a de iniciar tocando nesses pontos que têm a concordância de todos até que suponham ser a forma de pensar do orador semelhante à deles.

Evite essas formas desaconselháveis para iniciar suas apresentações e amplie, assim, suas chances de conquistar os ouvintes já na introdução da fala.

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