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Chanuká terminou mas sua luz nos acompanhará!

CHANUKÁ. - Imagem: Pixbay
CHANUKÁ. - Imagem: Pixbay
Rabino Sany Sonnenreich

por Rabino Sany Sonnenreich

Publicado em 26/12/2022, às 08h20


Três profissionais discutiam qual seria profissão mais antiga: um jardineiro, um marceneiro e um eletricista.

O jardineiro disse:

- Minha profissão é a mais antiga!!!

E os outros dois:

- Por quê?

- Porque foi um jardineiro que plantou todo o Jardim do Éden.

E o marceneiro diz, muito bravo:

- Minha profissão é a mais antiga!!! E os outros dois:

-Por quê?

-Porque foi um marceneiro que construiu a Arca de Noé.

O eletricista discorda dos outros dois:

- É claro que a minha profissão é a mais antiga!!!

E os outros dois:

-Por quê?

- Porque quando D’us disse “Haja Luz”, quem você acha que foi puxar toda a fiação?

_____________________

Falando em Luz meus amigos,

A luz da festa de CHANUKÁ já está terminando esse ano.
Foram oito dias nos envolvendo por todos os lados; as melodias dessa festa sendo tocadas em nossas escolas, sinagogas e lares.
Estamos celebrando hoje o oitavo e
último dia da época mais ILUMINADA do ano.

OS OITO DIAS DE CHANUKÁ!!!

É como se abríssemos uma gaveta de lembranças prazeirosas, momentos emocionantes, experiências de nossas infâncias inesquecíveis e a sensação gostosa que preenche cada cantinho de nossa alma e elabora os tons mais finos no coraçãode todo judeu.

O acendimento das velas em si nos tomou apenas alguns segundos mas carrega uma quantidade tremenda de luz da vitória judaica sobre a escuridão.

Essa é a festa na qual sentamos todos juntos e nos aquecemos com as músicas e o calor das velas.

Sem sombra de dúvida, foram dias muito especiais que devem ser lembrados pois mais uma vez recebemos a oportunidade de acender essa chama de amor que o Criador tem por nós, seus filhos.

Foi recitada a bênção: “She Assa Nissim La Avoteinu Baiamim Hahem Bazman Ha Zé”.

“Que fez milagres para nós naquela dias em nosso tempo”

Pois a vitória não foi apenas física e sim uma vitória de espírito. A essência e os frutos dessa conquista nos acompanharão para sempre.

Permita-me compartilhar com você caro leitor, uma história verídica que me emocionou muito e nos ensina uma grande lição.

Um senhor idoso chamado Yossi, muito devoto e doce, estava no Campo de Concentração de Aushwitz. Yossi estava determinado a não deixar que os nazistas vencessem seu orgulho judaico. Ele insistia em jejuar no dia de Yom Kipur, mesmo que isso significava não comer a pequena porção de comida que os prisioneiros recebiam diariamente. Todos os dias, enquanto caminhava pelo Campo executando pesados trabalhos braçais, seus lábios proferiam silenciosamente as palavras do Livro de Tehilim (Salmos). Yossi media seus dias pelo número de vezes que completava o Livro de Tehilim. Quando chegou Chanuka, Yossi estava determinado a acender um Chanukiá. Mas parecia ser algo impossível. Como conseguir óleo, pavios e fósforos no meio do Campo de Concentração, onde nem mesmo comida eles recebiam? Mas Yossi sabia que não tinha escolha. Ele não deixaria o judaísmo morrer, ele nunca aceitaria a vitória dos nazistas. Com muito esforço, ele conseguiu um pouco de óleo vegetal, subornando um dos guardas do Campo de Concentração com suas botas de inverno. Subornou outro guarda para conseguir os fósforos e, com alguns fios da sua roupa, fez um pavio. Na primeira noite de Chanuka, Yossi acendeu sua vela caseira e seu rosto brilhava refletindo o brilho da fogo que dela emanava. Poucos minutos depois, a porta se abriu abruptamente e alguns soldados nazistas entraram no dormitório onde ele estava. Eles exigiram saber quem tinha acendido a vela e ameaçaram matar todos os prisioneiros do dormitório se não fosse revelada a identidade do "culpado". Naquele momento, embora curvado pela idade e pela dor do trabalho escravo pesado, Yossi encheu o peito, deu um passo à frente e disse, com orgulho e coragem: "Fui eu que acendi a vela". As pessoas que testemunharam a cena dizem que jamais viram alguém demonstrar tanta força e coragem como Yossi demonstrou naquele momento. Imediatamente os assassinos arrastaram-no para fora e, sem nenhuma misericórdia, o mataram. Mas os nazistas esqueceram de apagar a vela que Yossi havia acendido. E todos os judeus que estavam presentes afirmam que o milagre de Chanuka voltou a se repetir naqueles dias, pois aquela pequena vela, feita de pouco óleo vegetal e fios de uma roupa, ardeu durante os oito dias de Chnuka.

Esta não é apenas a história real de um judeu corajoso chamado Yossi. Esta é a história do nosso povo.

Todos nós nesse país abençoado acendemos nossas chanukiot esse ano sem medo, sem receio sem temor e sem precisar nos esconder. A prática do nosso judaísmonesses moldes é um presente e uma dádiva de nossa geração. Aproveite e agradeça ao Criador pois a essência desta festa é reconhecer e louvar a D”us.

O Talmud declara que os dias foram designados para “prece e agradecimento”.

Cumprimos a obrigação de “louvor” recitando Halel completo durante Shacharit, as preces matinais em todos os oito dias de Chanuka. Agarre essa energia que foi vivenciada em Chanuká, foi uma grande oportunidade e chance de trazer mais luz para você, sua família e todos a seu redor!

Rav Sany

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