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ELEIÇÕES 2024

Veja como chegam os pré-candidatos à Prefeitura de SP em ano de eleição

A disputa pela Prefeitura de São Paulo começa 2024 com seis pré-candidatos, mas nenhuma definição de vice

A disputa pela Prefeitura de São Paulo começa 2024 com seis pré-candidatos, mas nenhuma definição de vice - Imagem: Reprodução/Pexels e Redes Sociais
A disputa pela Prefeitura de São Paulo começa 2024 com seis pré-candidatos, mas nenhuma definição de vice - Imagem: Reprodução/Pexels e Redes Sociais

Ana Rodrigues Publicado em 03/01/2024, às 12h09


Seis nomes entraram em 2024 se colocando publicamente como pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo. Com a segurança pública norteando as campanhas, as disputas para conseguir aliados, vices e até mesmo por espaço dentro dos partidos, já tiveram início e devem ser definidas até agosto.

Segundo o Metrópoles, um dos maiores cabos de guerra travados entre os pré-candidatos mira o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL): por um lado, o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB) conta com a predisposição do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, para apoiá-lo. De outro lado, o deputado Ricardo Salles (PL-SP) já teve sua pré-candidatura publicamente encorajada pelo próprio Bolsonaro.

Paralelamente, outros nomes bolsonaristas são cotados como possíveis opções à Prefeitura, como o secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL) e o senador Marcos Pontes (PL-SP).

Apesar de ter uma boa relação com Ricardo Nunes - quem já declarou mais de uma vez que pretende apoiar -, o governador Tarcísio de Freitas afirmou publicamente que não baterá de frente com Bolsonaro, seu padrinho político, caso o ex-presidente não queira embarcar na reeleição do prefeito paulistano.

O governador já falou a aliados que não vê uma chance de vitória para bolsonaristas de perfis mais exaltados, que é o caso de Salles, e a prioridade é costurar uma aliança de centro-direita que evite a possível eleição do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), atual líder das pesquisas de intenção de votos.

O último levantamento do instituto Paraná Pesquisas - divulgado em dezembro -, apontou uma redução na distância entre Boulos, com 31,1%, e Nunes, com 25,4%. Os dois aparecem tecnicamente empatados dentro da margem de erro, que é de 3,1% para mais ou para menos.

Guilheme Boulos

O deputado federal conta com o apoio de quatro partidos (PT, PV, PCdB e Rede) e também contará com o PDT, que fará o anúncio em evento marcado para segunda-feira (8).

No mês de dezembro, Boulos teve pela primeira vez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu palanque na capital paulista e indicou que deve nacionalizar o embate contra Ricardo Nunes, que busca apoio de Bolsonaro.

Entre os nomes que trabalharão na campanha de Boulos estão ex-integrantes das gestões de Bruno Covas, Fernando Haddad (PT), Gilberto Kassab (PSD) e Marta Suplicy, na Prefeitura, e de Geraldo Alckmin (PSB) e Rodrigo Garcia (PSDB), no governo estadual.

Boulos ainda busca atrair Marta Suplicy para ser sua vice na chapa. Atual secretária de Relações Internacionais da gestão Nunes, ela já conversou sobre o assunto com Lula, mas ainda não se manifestou publicamente sobre o assunto.

A vice da chapa será um nome indicado pelo PT, que tem preferência pela candidatura de uma mulher. Além de Marta, outro opção cotada é Ana Estela Haddad, secretária de Saúde Digital do Ministério da Saúde e mulher do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Ricardo Nunes

Com mais de R$34 bilhões no caixa da Prefeitura e o controle da máquina pública, Nunes vem realizado diversas obras de asfaltamento e instituiu, nas últimas semanas de dezembro, a gratuidade nas passagens de ônibus na capital aos domingos.

Além disso, contrário ao reajuste do governo Tarcísio das tarifas do Metrô e da CPTM, Nunes anunciou que as passagens de ônibus não terão o preço alterado.

A medida provocou um desgaste na sua relação com Tarcísio, seu aliado político. Uma semana após anunciar o reajuste, o governador titubeou pela primeira vez ao falar no apoio a Nunes em 2024 e disse que não integrará nenhuma campanha sem o aval de Bolsonaro, que reluta em subir no palanque do prefeito.

Publicamente, o PL, Republicanos e PP indicaram apoio a reeleição de Nunes. Porém, o próprio PP encomendou uma pesquisa de opinião para testar a candidatura de Derrite, secretário da Segurança Pública de Tarcísio, e avalia lançar uma candidatura mais à direita, e menos ao centro, para a disputa contra Boulos.

Até o momento, o prefeito conta com o apoio formal do PSD de Gilberto Kassab, anunciado na última semana de dezembro. Ele também aguarda uma formalização por parte do União Brasil, onde, o vereador Milton Leite, é um de seus maiores aliados.

Ainda sem ter anunciado quem será o seu vice, Nunes tem se interessado pelo delegado Osvaldo Nico, secretário-executivo estadual de Segurança Pública.

Tabata Amaral

Com 8,9% de intenção de votos, a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), mesmo sendo vista como uma candidata competitiva por outras campanhas, tem sido cobrada internamente para realizar mais agendas na capital, principalmente com a intensificação de eventos que contará com a presença de Boulos e Nunes.

Sem o apoio da maioria dos partidos de esquerda e centro-esquerda, a campanha de Tabata avalia lançar uma chapa puro-sangue em 2024 com o apresentador José Luiz Datena como vice. Datena se filiou ao PSB em dezembro e, mesmo após ter desistido de quatro eleições, tem falado a aliados que, desta vez, manterá a candidatura.

O nome do apresentador é visto como um bom aceno da campanha à área de segurança pública, tida como assunto principal das eleições municipais deste ano, e traz maior visibilidade à chapa, já que Tabata ainda é desconhecida por grande parte do eleitorado paulistano.

Ricardo Salles

Colado com Tabata Amaral, no último levantamento, Ricardo Salles apareceu com 8,3% da preferência do eleitorado. Ele pretende deixar o PL antes da janela partidária, entre março e abril, para viabilizar sua candidatura.

Embora já esteja com conversas avançadas com o PRD - partido formado pela fusão do PTB e o Patriota -, o deputado ainda precisa da liberação de Valdemar Costa Neto para sair do PL sem perder o mandato. Bolsonaro tem intermediado as conversas e, ainda apela para que Valdemar deixe Salles concorrer pelo pelo próprio partido, opção vista como pouco provável por aliados do presidente da sigla.

Depois de sondar a economista Marina Helena, do Novo, para ser sua vice, Salles agora busca fechar sua chapa com o deputado Delegado Palumbo (MDB-SP). A escolha de um nome da segurança pública para o vice segue a mesma lógica utilizada por Nunes e Tabata, que é contar com um nome forte na área considerada a mais importante pelas campanhas.

Kim Kataguiri

Mesmo com o apoio de dirigentes nacionais do União Brasil, como o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) não tem a candidatura à Prefeitura endossada pelo diretório paulistano.

A vontade de concorrer, inclusive, faz parte de um projeto político do Movimento Brasil Livre (MBL), do qual Kataguiri é integrante, e sem relação com as intenções do braço paulistano do partido, comandado pelo aliado do prefeito Ricardo Nunes, o vereador e presidente da Câmara Municipal, Milton Leite.

Inicialmente, Leite liberou Kataguiri para testar a pré-candidatura - anunciada em julho -, e deixou que o deputado Rafael Saraiva (União) atuasse como articulador político da campanha dentro do partido.

No entanto, a articulação interna durou pouco e, menos de dois meses depois, Leite pediu para Saraiva desembarcasse da ideia, já que chamou pouca atenção do eleitorado, recebendo apenas 5,4% de intenção de votos no último levantamento.

Marina Helena

Sondada por Salles, a economista Marina Helena (Novo) recusou ser vice da chapa do deputado, para lançar sua própria candidatura à Prefeitura. Ela fez sua estreia em pesquisas de opinão no último levanmento com 3,1% das intenções de votos.

Ex-diretora de Desestatização do Ministério da Economia durante a gestão de Paulo Guedes, Marina integrou a direção nacional do Novo e seria a vice na chapa que concorreu nas eleições municipais de 2020, mas acabou desistindo diante das polêmicas envolvendo inconsistências na declaração de bens e no currículo do então candidato Filipe Sabará.

Com pretensões políticas, Marina disse aos aliados que vê uma maior projeção enquanto candidata a um cargo no Executivo e que precisa da campanha para ganhar maior visibilidade. Em 2022, ela concorreu ao cargo de deputada federal e recebeu 50 mil votos, terminando como primeira suplente.

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