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GSI

Segurança de Lula estava em grupo golpista

O tenente coronel André Luis Cruz Correia foi abrigado no Comando do Exército

Luiz Inácio Lula da Silva e André Luis Cruz Correia. - Imagem: Reprodução | urbsmagna
Luiz Inácio Lula da Silva e André Luis Cruz Correia. - Imagem: Reprodução | urbsmagna

Marina Roveda Publicado em 26/08/2023, às 17h32


O tenente-coronel André Luis Cruz Correia, que foi exonerado do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) após ter sido identificado em um grupo que promovia atividades golpistas, encontrou um novo cargo no Comando do Exército. Correia trabalhava diretamente na segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e fazia parte de um grupo que também incluía Mauro Cid, que era o ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro.

A exoneração de Correia foi oficializada no Diário Oficial da União em 10 de agosto de 2023, sendo efetiva a partir de 11 de agosto. No entanto, alguns dias antes, seu nome já havia sido publicado no Diário Oficial como oficial no gabinete do comandante do Exército, o general Tomás Paiva, em 8 de agosto.

De acordo com informações da assessoria do Exército, a nomeação de Correia ocorreu por meio de uma permuta de militares. O GSI solicitou a transferência de um militar que estava lotado na Comunicação da Força, e, em vez de causar déficit, Correia foi cedido para essa função.

Segundo interlocutores do Comando do Exército, o grupo ao qual o tenente-coronel pertencia era formado por militares da mesma turma. Não há informações claras de que Correia tenha expressado apoio a um golpe.

A apreensão do celular de Mauro Cid levou a Polícia Federal a descobrir que um segurança de Lulaestava em um grupo de WhatsApp composto por militares da ativa que promoviam a ideia de um golpe de Estado e faziam ameaças ao ministro Alexandre de Moraes.

O ministro do GSI, general Marcos Antonio Amaro dos Santos, confirmou a saída de Correia da segurança presidencial, chamando-a de exoneração em vez de demissão. Ele também afirmou não ter conhecimento de qualquer relatório da PF que indique que Correia estava envolvido em um grupo golpista.

A nota do Exército destaca que nomeações e exonerações de funções são procedimentos regulares e ocorrem com o objetivo de alocar recursos humanos nas atividades para as quais são qualificados. No caso específico, a transferência de Correia envolveu uma troca direta com um militar que trabalhava no Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEx) e foi designado para o GSI. O Exército também se colocou à disposição dos órgãos que investigam os fatos para colaborar com as investigações em andamento.

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