Diário de São Paulo
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Reforma Ministerial

"Se não fosse o Centrão, estaríamos em uma situação similar à Argentina", defende Lira

O presidente da Câmara destacou o papel do Centrão no atual cenário políticio e disse estar aguardando a reforma ministerial

Arthur Lira. - Imagem: Divulgação / Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Arthur Lira. - Imagem: Divulgação / Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Marina Roveda Publicado em 08/08/2023, às 08h43


O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), fez questão de enfatizar o papel dos partidos que compõem o Centrão e a importância de sua participação nas votações da Casa. O Centrão é um grupo de legendas que não segue uma orientação ideológica específica, mas busca atuar estrategicamente em proximidade com o poder executivo, visando conquistar vantagens políticas. A habilidade de Lira como articulador político tem sido fundamental para aprovar medidas cruciais de interesse do governo, como a reforma tributária e o arcabouço fiscal.

Em uma entrevista concedida a uma rádio em Maceió, Lira esclareceu que não é um apoiador incondicional do ex-presidente Jair Bolsonaro, contradizendo as especulações em torno de sua relação com o governo anterior. Ele ressaltou, entretanto, a relevância do Centrão no cenário político brasileiro:

"Muitos diziam que o deputado Arthur Lira é o pilar de sustentação do governo Bolsonaro, o seu principal apoio. Mas, na realidade, qual ministério tínhamos no governo Bolsonaro? Qual era o espaço que ocupávamos? Essa nunca foi minha prioridade. Quando falam que Lira busca saúde, que o Centrão busca algo, é importante entender que, se não fosse o Centrão, estaríamos em uma situação similar à Argentina", afirmou.

Em meio às discussões sobre a possível reforma ministerial do governo atual, Arthur Lira revelou que aguarda uma decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, ele destacou a complexidade do tema, considerando a importância de formar uma base política sólida capaz de aprovar as medidas necessárias na Câmara.

"No momento em que ele julgar conveniente, o presidente fará as indicações. Ele tem vasta experiência e saberá contornar esses desafios", pontuou em entrevista à rádio Mix FM. Ele também fez uma análise sobre a atual configuração ministerial, apontando um desequilíbrio entre a representatividade das duas casas legislativas: "O ministério foi formado com base na PEC da transição, mas não houve um equilíbrio entre Câmara e Senado. Há uma maior representação do Senado nos ministérios, enquanto alguns partidos com 30 deputados possuem ministérios, enquanto outros com 50 não têm nenhum. Se o critério do governo é acomodar partidos na Esplanada dos Ministérios, isso claramente está desproporcional", ressaltou.

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