Diário de São Paulo
Siga-nos
Covid-19

Relatório da PF revela os detalhes de como os certificados de vacinação falsos foram obtidos por Bolsonaro

Esquema fraudulento visava facilitar viagens aos Estados Unidos com certificados falsos de vacinação

Jair Bolsonaro. - Imagem: Reprodução | TV Brasil
Jair Bolsonaro. - Imagem: Reprodução | TV Brasil

Marina Milani Publicado em 20/03/2024, às 08h10


Um relatório final da Polícia Federal (PF) expôs detalhes sobre um esquema de falsificação de certificados de vacinação contra a COVID-19, envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras pessoas. O documento descreve como um esquema organizado pelo ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro César Cid, proporcionou certidões fraudadas a pelo menos nove indivíduos.

A investigação da PF concluiu que o esquema teve início em novembro de 2021, quando Cid solicitou ao sargento do Exército Luis Marcos dos Reis, seu colega na Ajudância de Ordens da Presidência, que o auxiliasse a obter um cartão de vacinação forjado para sua esposa, Gabriela Santiago Cid.

Os dados falsos foram inseridos no sistema ConecteSUS para emitir os certificados de vacinação, permitindo que os envolvidos obtivessem acesso aos Estados Unidos em viagens de lazer.

A PF rastreou a impressão dos documentos até uma impressora no Palácio do Alvorada, acessada pelo usuário "maurocbc", pertencente a Mauro Cid, às 8h de 22 de dezembro de 2022.

Bolsonaro, Cid e outras 15 pessoas foram indiciadas pela PF por diversos crimes relacionados à falsificação de certificados de vacinação. O relatório foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, que deve agora solicitar que o Ministério Público Federal apresente seu parecer sobre o inquérito policial.

Em resposta ao indiciamento, as defesas de alguns dos envolvidos reagiram. O advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, criticou a divulgação do indiciamento, classificando-o como "absurdo". O deputado federal Gutemberg Reis optou por não se manifestar até que sua defesa tenha acesso integral ao processo.

Enquanto isso, a enfermeira Camila Paulino Alves Soares, indiciada por inserção de informação falsa no sistema da Saúde, colaborou com a investigação e aguarda uma possível nova declaração para comprovar sua inocência, segundo sua defesa.

Compartilhe  

últimas notícias