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ELEIÇÕES 2024

Por que Marta Suplicy foi alvo de 'disputa' na corrida pela Prefeitura de SP? Entenda

A saída de Marta Suplicy do seu cargo na prefeitura para ser vice do pré-candidato Boulos foi tumultuada, e movimentou o início da pré-campanha municipal

A saída de Marta Suplicy do seu cargo na  prefeitura para ser vice do pré-candidato Boulos foi tumultuada, e movimentou o início da pré-campanha municipal - Imagem: Reprodução/Instagram @martasuplicy
A saída de Marta Suplicy do seu cargo na prefeitura para ser vice do pré-candidato Boulos foi tumultuada, e movimentou o início da pré-campanha municipal - Imagem: Reprodução/Instagram @martasuplicy

Ana Rodrigues Publicado em 16/01/2024, às 12h25


A saída de Marta Suplicy da Prefeitura de São Paulo para ser vice do pré-candidato Guilherme Boulos (PSOL) foi tumultuada, e movimentou o início da pré-campanha municipal.

Mas, afinal, por que a ex-prefeita é considerada um 'trunfo'?

Segundo o UOL, Marta tem um bom trânsito em grupos de centro-direita e é conhecida. E, mesmo desfiliando-se do PT em 2015, ela manteve boa relação com Lula e o apoiou em 2022.

Fora que, sua experiência como prefeita com os legados positivos na administração municipal também são pontos fortes da sua trajetória. Ela ainda foi responsável pela criação do Bilhete Único, dos CEUs (Centros Educacionais Unificados) e dos corredores exclusivos para ônibus.

Marta também é uma figura importante na periferia. A ex-prefeita angariou votos nessas regiões devido aos feitos em sua gestão municipal. Em 2016, quando tentou se reeleger prefeita, Marta foi a candidata mais bem votada em distritos como a da Capela do Socorro, Guaianases, Grajaú, Perus e Cidade Tiradentes, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O PL - que deverá apoiar o pré-candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) -, chegou a sondar Marta para ser vice na chapa. Porém, as conversas não prosperaram, porque ela se opõe ao ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem já chamou de "psicopata".

E, além dessa proximidade com Nunes, Marta foi elogiada no início do ano pela pré-candidata Tabata Amaral (PSB). A deputada federal utilizou suas redes sociais onde mostrou suas leituras de início do ano, que incluia o livro "Minha vida de prefeita - O que São Paulo me ensinou", da ex-prefeita.

Marta Suplicy foi uma das melhores prefeitas que São Paulo já teve, além de ter sido a segunda mulher a ocupar esse cargo", escreveu Tabata.

Boulos lidera a intenção de voto à Prefeitura de São Paulo, segundo pesquisa do Datafolha. Em segundo aparece o pré-candidato à reeleição, Nunes, e na sequência Tabata e Kim Kataguiri (União).

Marta deixou seu cargo de secretária de Relações Internacionais na última terça-feira (09/01), após escolher ser vice de Boulos. A ex-prefeita assumiu está função em 2020, ainda na gestão de Bruno Covas.

Para se oficializar como pré-candidata a vice na chapa de Boulos, Marta precisará se filiar ao PT. A expectativa é que isso aconteça antes do Carnaval, para que ela já comece a atuar na pré-campanha.

O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT), defende que o partido faça prévias para escolha do vice. Ele chegou a sugerir os nomes da vereadora Luna Zaratini - que já negou - e da deputada federal Juliana Cardoso. A indicação de Marta foi feita pelo próprio Lula e articulada pelo deputado Rui Falcão.

Os pontos fortes de Marta, como sua experiência na administração municipal serão usados pela pré-campanha de Boulos. A chegada dela na chapa reforça a narrativa do combate ao bolsonarismo e, essa decisão chegou devido à aproximação de Nunes com Bolsonaro.

A ideia é conseguir mais votos na periferia - especificamente na zona sul, onde ela sempre teve apoio. A região será estratégica nessa eleição, já que é reduto político de Nunes de abriga também os bairros onde Boulos e Tabata moram na cidade.

Marta consegue circular em grupos de empresários e de centro-direita, nos quais Boulos tem mais dificuldade. A figura da ex-prefeita representa um equilíbrio maior para a chapa, já que os rivais do deputado tentam reforçar a pecha de extremista e sem capacidade de diálogo.

Neste ano, temos o desafio de enfrentar e derrotar o bolsonarismo em São Paulo, reeditar uma frente democrática e discutir o futuro", falou Guilherme Boulos após se encontrar com Marta.
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