Diário de São Paulo
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8 de janeiro

Militares do GSI justificam não terem realizado prisões na invasão ao Planalto: "Risco de vida"

Os militares foram ouvidos pela PF à pedido do ministro Alexandre de Moraes

Militares do GSI justificam não terem realizado prisões na invasão ao Planalto: "Risco de vida" - Imagem: reprodução
Militares do GSI justificam não terem realizado prisões na invasão ao Planalto: "Risco de vida" - Imagem: reprodução

Nathalia Jesus Publicado em 23/04/2023, às 21h04


Militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) prestaram depoimento à Polícia Federal neste domingo (23). Os agentes disseram que não efetuaram prisões na invasão ao Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro por que a situação envolvia "risco de vida".

O GSI é responsável pela segurança do presidente e do patrimônio da Presidência da República. Ao todo, a PF ouviu nove militares, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O ministro em questão é relator de uma investigação dos atos golpistas de 8 de janeiro.

Na última semana, foram divulgadas imagens que até então não eram de conhecimento público do circuito interno de segurança do Palácio do Planalto. Nas imagens, servidores do GSI aparecem circulando passivamente entre golpistas. O vazamento das filmagens levou à demissão do general Gonçalves Dias, ex-ministro da pasta.

A investigação agora apura se houve alguma colaboração entre o GSI e os golpistas. Todo o material do circuito interno do Planalto foi divulgado pelo GSI no último sábado (22), também por ordem do ministro Moraes.

As imagens mostram agentes conversando com invasores, mas também há momentos em que os funcionários do GSI orientam as pessoas à saírem dos gabinetes.

Em um dos trechos do circuito interno, o major Eduardo Natale entrega água aos invasores do Planalto. Em seu depoimento, ele declarou que se tratava de uma estratégia de gerenciamento de crise.

Ele disse ainda que os golpistas chegaram atrás dele na cozinha de uma das salas da Presidência exigindo água, de acordo com informações do g1.

Os militares então alegaram que os invasores eram muitos, e que o efetivo do GSI não seria o suficiente para conter a ação. Os agentes ainda disseram que a ideia era fazer uma "limpeza" se cima para baixo. Ou seja, retirar os radicais dos andares superiores para serem presos no segundo andar.

Os militares que prestaram depoimento constam em uma lista enviada pelo GSI ao STF. Essa lista aponta servidores do órgão que estavam no Planalto no dia da invasão. Não significa que o GSI vê culpa dos militares. Isso só será eventualmente apontado após a investigação.

São eles:

  • Carlos Feitosa Rodrigues, ex-secretário de Segurança e Coordenação Presidencial do GSI
  • Wanderli Baptista da Silva Júnior, ex-diretor-adjunto do Departamento de Segurança Presidencial do GSI
  • Alexandre Santos de Amorim, coordenador de Avaliação de Riscos do GSI
  • André Luiz Garcia Furtado, coordenador-geral de Segurança de Instalações do GSI
  • Alex Marcos Barbosa Santos, adjunto da Coordenação Geral de Segurança de Instalações do GSI
  • Marcus Vinícius Bras de Camargo, chefe da Assessoria Parlamentar do GSI
  • José Eduardo Natale de Paula Pereira, ex-coordenador de Segurança das Instalações Presidenciais de Serviço do GSI
  • Adilson Rodrigues da Silva, auxiliar da Coordenação Geral de Segurança de Instalações do GSI
  • Laércio da Costa Júnior, encarregado de Segurança de Instalações do Palácio do Planalto
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