Família Widjaja, dona da Paper Excellence, acumula histórico controverso e 5 anos de litígio pela Eldorado Celulose
Redação Publicado em 27/06/2023, às 07h52
A disputa pela totalidade das ações da empresa brasileira de celulose Eldorado Brasil alcançou o marco de cinco anos, consolidando-se como uma das mais importantes batalhas empresariais do Brasil. Os protagonistas dessa disputa são o Grupo J&F, dos irmãos Batista, e a empresa Paper Excellence, pertencente ao empresário indonésio Jackson Widjaja.
Avesso a aparições públicas e nunca visto no Brasil, Widjaja acumula um histórico controverso que envolve uma série de atividades ilegais e escândalos ambientais. Segundo informações da CBC News, equivalente canadense da britânica BBC, a Paper Excellence é considerada uma fachada corporativa do grupo Sinar Mas, conglomerado da família Widjaja. O Greenpeace e o WWF calcula que o grupo já desmatou mais de 1 milhão de hectares de floresta tropical no Sudeste Asiático para a produção de celulose e óleo de palma. A área equivale a metade do estado de Sergipe.
Embora a Paper Excellence negue ter relação com o Sinar Mas, com exceção do fato de Jackson Widjaja ser membro da família proprietária do grupo asiático, o jornal francês Le Monde publicou recentemente uma reportagem em parceria com o Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ) que obteve documentos e depoimentos que indicam uma estreita ligação entre a Paper Excellence e a Asia Pulp and Paper (APP), divisão de papel e celulose do Sinar Mas. A APP é conhecida pelo maior calote da história dos mercados emergentes, no valor de 12 bilhões de dólares.
Recentemente, as autoridades canadenses convocaram Jackson Widjaja para prestar depoimento sobre a estrutura da empresa, no entanto, o executivo não compareceu e enviou quatro executivos como representantes. No Canadá, a Paper Excellence adquiriu recentemente a Resolute Forest Products, levantando questionamentos por parte de parlamentares canadenses sobre a substituição de todos os membros canadenses no conselho da empresa recém-adquirida por indonésios. Essa mudança de comando gera preocupações governamentais, com o grande acesso que a companhia conquistou às reservas florestais do país. Lá, as empresas de papel e celulose ainda têm licenças para explorar florestas nativas.
Os escândalos envolvendo a APP e o Sinar Mas têm resultado em uma crescente pressão por parte de ONGs internacionais, como o Greenpeace, resultando em bloqueios e boicotes constantes por parte de grandes clientes.
Enquanto a disputa pela Eldorado Brasil persiste, os escândalos que cercam a Paper Excellence e seu controlador ganham destaque global. A atenção do mundo se volta para essa batalha entre gigantes empresariais, gerando incertezas sobre o desfecho dessa disputa e as possíveis consequências no cenário empresarial e ambiental internacional. A briga começou em 2018, quando venceu o prazo de um ano que a Paper Excellence tinha para adquirir 100% das ações da Eldorado. A empresa estrangeira então iniciou um litígio para obrigar a J&F a entregar 51% das ações da Eldorado que ela ainda não havia adquirido, alegando que foi a vendedora (J&F) quem não colaborou suficientemente para que o contrato fosse cumprido.
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